Cardozo devia ter sido vendido?

"A indústria-futebol regula-se por três princípios essenciais:

Comprar jogadores (‘activos’) de boa qualidade e a bom preço; Rentabilizá-los desportivamente; Rentabilizá-los financeiramente. São três momentos distintos que correspondem a uma gestão muito criteriosa. Em mais ou menos tempo. O ideal, quando os jogadores se revelam importantes nos respectivos planteis (‘peso desportivo’), é mantê-los, sem nunca perder a oportunidade de negócio. As vendas são contudo incontornáveis, em nome de uma gestão financeira sustentável.

O mercado de transferências, no futebol, está a sofrer as mutações próprias da economia mundial. Não é possível dissociá-los.

Por outro lado é preciso olhar para a especificidade do mercado português. É muito difícil competir com outros mercados.

No caso do Benfica houve um investimento forte nas últimas épocas. O Benfica resistiu o que pôde. Valorizou muitos dos seus ‘activos’, conservou uns e vendeu outros. Esta gestão tem de ser cirúrgica.
Convenhamos que era muito difícil manter Di María e Ramires, por razões diferentes. Já o ‘timing’ da saída de David Luiz pareceu-me muito discutível. A meio da época, com muita coisa para ser decidida.

Por outro lado, creio que o Benfica fez muito mal em não vender Cardozo, quando a sua cotação estava em alta. E porque a saída de Cardozo seria sempre mais fácil de ver compensada. Agora vai ser complicado encontrar quem dê pelo paraguaio o valor que o Benfica já poderia ter encaixado".

Rui Santos

http://relvado.aeiou.pt/rui-santos/cardozo-deveria-ter-sido-vendido-345432

Nota - Cardozo devia ter sido vendido se tivéssemos a garantia de que conseguíamos arranjar melhor. E isso não é um dado adquirido. Além do mais, é bom não esquecer que o paraguaio é só o melhor marcador estrangeiro que passou pelo Benfica.