terça-feira, novembro 28, 2006

O "Day After" após Manchester

Após os próximos dois jogos do Benfica uma questão se vai colocar aos adeptos encarnados: vai ou não Fernando Santos continuar à frente do comando técnico da equipa? Trata-se de uma questão pertinente atendendo a que são duas provas em que o Benfica tinha naturais aspirações - numa conquistar o título nacional, noutra passar à fase seguinte da competição - e com a impossibilidade de estes objectivos serem alcançados as pessoas são levadas a interrogar-se o que ficará lá a fazer o engenheiro depois de tão rotundo fracasso? Estou convencido que a unanimidade dos adeptos vai querer a sua saída, embora também me pareça que LFV não nos vai satisfazer esse desejo. Por duas importantes razões. A primeira prende-se com a forte relação de amizade entre os dois; a segunda tem haver com o facto de um eventual despedimento implicar o reconhecimento de que a sua contratação foi um péssimo acto de gestão desportiva e isso é algo que LFV nunca assumirá. Sendo assim, tudo indica que Fernando Santos irá continuar. A não ser que, ele próprio, num acto de contrição e humildade, apresente a demissão o que, digo eu, só o dignificaria e prestigiaria. Não acredito que este cenário se venha a verificar. Mas que fazia todo o sentido lá isso fazia!

domingo, novembro 26, 2006

Baixo pecúlio para tantas oportunidades criadas

O Benfica entrou bem no jogo criando ao longo dos primeiros 45' ocasiões de golo suficientes para chegar ao intervalo com um resultado folgado a seu favor. Acontece que, umas vezes, por pura azelhice, outras vezes, porque Marcos se mostrava intransponível, os jogadores encarnados não conseguiam colocar a bola dentro da baliza adversária. Teve de ser um jogador maritimista a fazer um auto-golo para que o Benfica pudesse chegar à vantagem no marcador. Quando tudo indicava que os encarnados iriam ampliar a vantagem com facilidade, uma péssima cobertura no meio-campo permitiu que Marcinho fosse avançando no terreno e a cerca de 25 metros da baliza de Quim desferisse um potente remate, sem qualquer oposição, fazendo um golo de bandeira. Golo imerecido, pois até aí o Marítimo nada tinha feito que justificasse este golo. Mas é assim o futebol, e os jogadores do Benfica deveriam estar prevenidos para estas situações.
A 2ª parte iniciou-se praticamente com a lesão de Miccoli (mais uma!), o que pareceu incomodar os seus colegas que a partir desse momento não mais conseguiram repetir a exibição da 1ª parte. Nem mesmo a expulsão de Marcinho veio alterar esta situação. O Benfica passou a jogar sobre brasas, a querer fazer tudo depressa e, como é habitual nestas alturas, depressa e bem não há quem. Não fosse o golo de Katsouranis a aproveitar o facto de o Marítimo momentaneamente estar com apenas 9 elementos em campo e não sei se o Benfica conseguiria ganhar o jogo. Pelo que se estava a ver muito dificilmente isso iria acontecer.
A ausência de Miccoli para os decisivos jogos contra o Sporting e Manchester United não auguram nada de bom. Tem sido o nosso jogador mais determinante e sem ele em campo a equipa ressente-se. Não dá para entender que face ao seu historial clínico o jogador tenha entrado para a 2ª parte mesmo depois de apresentar queixas de dores musculares ao intervalo. Parece que o italiano assim o quis, mas, neste caso, o treinador sabendo do que a "casa gasta" não deveria ter permitido a sua reentrada em campo. É para isso que ele lá está. Para tomar as decisões que melhor sirvam os interesses do Benfica. Assim não o fez. Nos próximos dois jogos irá, muito provavelmente, sofrer as consequências da sua infeliz decisão.

terça-feira, novembro 21, 2006

Miccoli fez a diferença

Mais três golos mas desta vez fomos nós que os marcámos. Valha-nos isso. Foi uma vitória que nos garantiu um lugar na Taça UEFA e esse terá sido o dado mais importante a retirar deste jogo frente aos dinamarqueses. É que o Celtic ganhou ao Manchester e, sendo assim, a hipótese de continuarmos na Liga dos Campeões é agora muito remota. Para nos apurarmos necessitamos de ganhar em Old Trafford algo que no momento actual do Benfica me parece uma tarefa praticamente inacessível. Só um Benfica inspiradíssimo poderia cometer tal proeza e, pelo que temos visto durante esta época, os encarnados têm sido tudo menos brilhantes.
O jogo desta noite mostrou-nos as duas faces do Benfica desta temporada. Uma 1ªparte pautada, aqui e ali, com períodos de bom futebol que conseguiu confundir os dinamarqueses e nos permitiu a criação de uma mão cheia de oportunidades consubstanciadas com a obtenção de 3 golos. Na 2ª parte tivermos o reverso da medalha. Um Benfica desorganizado, amorfo, trapalhão que enervou os adeptos e deu moral ao adversário para tomar as rédeas do jogo sem contudo criar grandes situações de perigo. Com um adversário mais poderoso este incompreensível abaixamento de rendimento poderia causar outro tipo de embaraços.
Verdade se diga que estes desvarios exibicionais do Benfica não me surpreendem minimamente. São fruto de um plantel bastante desequilibrado onde a categoria de alguns jogadores não disfarça a vulgaridade da maioria. Se a isto juntarmos a pouca capacidade de liderança do treinador encarnado, facilmente se percebem as razões da grande irregularidade do Benfica esta época. Com um treinador que conseguisse transmitir confiança talvez as coisas melhorassem. Assim é difícil.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Real Madrid assina contrato estratosférico

O Real Madrid revelou hoje que assinou um contrato com a Mediapro para ceder os direitos audiovisuais até 2012/2013 por uma verba superior a 1.100 milhões de euros. Na moeda antiga são qualquer coisa como 220 milhões de contos. É, de facto, um número impressionante. Por cá, LFV promete um Benfica no topo do futebol europeu num prazo de meia-dúzia de anos. Perante valores desta dimensão talvez não fosse má ideia ele repensar esse objectivo.

domingo, novembro 19, 2006

Mais uma penosa derrota

Não há memória duma coisa destas. Habituámo-nos à "chapa 3" e não queremos outro resultado. A continuarmos assim arriscamo-nos a entrar no Guiness como a equipa que mais vezes sofre três golos. Se marcássemos quatro ou cinco, não me importava que mantivéssemos a média. Convenhamos que tal cenário até seria o ideal: uma chuva de golos em cada jogo é um espectáculo que nenhum adepto desdenharia, ainda por cima, sabendo de antemão, que a vitória seria sempre nossa. O problema é que tal desígnio está-nos completamente vedado. A realidade é bem mais prosaica e dura: em cinco jogos somámos onze pontos perdidos e apenas uma vitória. Se isto é uma performance de uma equipa que quer ser campeã vou ali e já venho. Por muito que nos custe sejamos realistas e percebamos que temos uma equipa de gente anã e fisicamente débil, com um índice técnico rudimentar e uma estrutura psicológica incapaz de fazer frente à menor adversidade. Com um handicap destes como é que podemos aspirar a ganhar seja o que for? Eu por mim estou conformado. Prepare-se a próxima época que esta já deu o que tinha a dar. A saída de Veiga dá-me alguma esperança para o futuro desde que para o seu lugar se encontre a pessoa certa. De preferência alguém que saiba como se constrói uma equipa de futebol. É o que nos tem faltado de há muitos anos a esta parte.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Vencer sem convencer

Jogo fraquinho de Portugal que fez o q.b. para vencer o Cazaquistão por três golos a zero. Na 1ª parte ainda se viram algumas jogadas de bom recorte, a maioria delas protagonizadas por Cristiano Ronaldo (quem havia de ser?!) que até conseguu um golo de belo efeito num violento remate de fora da área. Para além dele, só Simão jogou ao seu nível. Nuno Gomes teve uma noite desastrada, falhando golos cantados, enquanto os restantes colegas também se mostraram pouco inspirados. Valeu que o adversário era uma pêra doce. Contra as selecções que lutam pela qualificação vamos ter que mostrar outras credenciais, caso contrário corremos o risco de ficar de fora da fase final do Europeu.

domingo, novembro 12, 2006

Koeman dá cartas na Holanda

O PSV é agora o lider isolado do campeonato holandês depois de vencer o Ajax em Amesterdão. Na Liga dos Campeões a passagem à fase seguinte está praticamente assegurada. O treinador é Koeman, o tal a quem foram tecidas as maiores críticas enquanto esteve à frente do Benfica. Olhando para os resultados fica a ideia que afinal o homem não é tão mau como o pintavam por cá. Não restam dúvidas que em Portugal somos muito exigentes quanto à valia dos treinadores. Até parece que passamos a vida a ganhar títulos. A começar pelo Benfica, onde os títulos se sucedem a um ritmo alucinante!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Muitas surpresas na convocatória da selecção

Scolari resolveu fazer uma pequena revolução na lista de convocados para a selecção. Resta saber se estas alterações são para continuar ou se elas acontecem apenas porque o próximo adversário é o Casaquistão. Renovação ou não, gostei desta aposta na juventude. Veremos se os petizes correspondem ao voto de confiança do seleccionador.

terça-feira, novembro 07, 2006

M.United eliminado

O Manchester United foi hoje afastado da Taça da Liga pelo último classificado da segunda divisão inglesa. Se isto acontecesse com o meu Benfica teríamos, no mínimo, uma manifestação dos adeptos à porta do Estádio da Luz e o treinador demitido na hora. Em Manchester, na próxima jornada da Premier League, o estádio estará a abarrotar e os adeptos a puxarem pela equipa. Diferenças de mentalidade. Apenas e só.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Digno de entrar no Guiness

Esta noite, no jogo entre Sporting e Sp. Braga, assistimos a um facto insólito. Os leões viram ser-lhes contabilizados três golos sem que nenhum dos seus jogadores tivesse marcado algum: houve dois auto-golos e um golo sancionado que não chegou a entrar na baliza do Sp. Braga. Não me lembro de alguma vez na vida ter assistido a semelhante coisa. Irra que é sorte a mais!

Vitória clara a merecer um resultado mais dilatado

O jogo de ontem à noite proporcionou-nos uma 1ª parte cinzenta com o Benfica a ter o comando da partida e o Beira-Mar a fechar-se bem na sua defensiva. Apesar de ter muita posse de bola os encarnados raramente fizeram perigar a baliza aveirense e, quando isso aconteceu, tiveram no guarda-redes adversário um obstáculo intransponível.
Na 2ª parte tudo mudou. Os dois golos nos minutos iniciais sentenciaram o desafio. A partir daí assistiu-se a um assalto encarnado ao último reduto aveirense com inúmeras oportunidades construídas que a serem concretizadas teriam levado o Benfica a uma goleada das antigas. Foi o melhor período da equipa, com um futebol bastante agradável e objectivo, a que faltou uma outra eficiência na finalização. De registar a espectacular exibição do guarda-redes aveirense que só à sua conta impediu uma mão cheia de golos. Do lado do Benfica todos os jogadores se exibiram a boa altura, ficando na retina uma portentosa jogada de Miccoli, com uma finta impossível sobre um adversário, que me deixou particularmente maravilhado. Só foi pena o lance não ter dado em golo. Se isso tivesse acontecido, estou certo que o estádio vinha abaixo!
Este jogo veio confirmar a subida de rendimento do Benfica. Está incomparavelmente melhor e evidencia uma capacidade ofensiva que me tem surpreendido. Há, contudo, que melhorar os aspectos defensivos para termos uma equipa mais consistente. Continuamos, nesse capítulo, a revelar algumas falhas preocupantes, mormente, nos lances de bola parada e nas transições ataque-defesa a que temos que pôr cobro com a máxima urgência. De resto convém manter esta veia goleadora já que os próximos embates - Copenhaga e Sp. Braga - são jogos a que estamos obrigados a vencer, caso queiramos manter intactas as nossas aspirações.

quinta-feira, novembro 02, 2006

A vitória desejada

Confrontos entre Benfica e Celtic já se sabe que o resultado acaba sempre num 3-0. Desta feita a vitória coube-nos a nós e ainda bem que assim foi, pois, caso contrário, tínhamos hipotecado as hipóteses de seguir para a próxima fase da Liga dos Campeões. Com este resultado mantivemos em aberto a possibilidade de sermos um dos dois apurados. Claro está que para que isso seja uma realidade precisamos de vencer o F.C. Copenhaga em nossa casa e esperar para ver no que vai dar o jogo entre Celtic e Manchester United. Pode acontecer até que, mesmo ganhando aos dinamarqueses, tenhamos que ir ganhar a Manchester o que seria uma tarefa bem complicada. Seja como for todas estas contas estão dependentes duma vitória sobre os dinamarqueses. Caso ela não aconteça tudo se esfuma. Muito provavelmente até a qualificação para a Taça UEFA fica em risco.
No jogo de ontem à noite não se pode dizer que não tenhamos sido bafejados pela sorte. A sorte que nos tem sido madrasta noutros jogos, desta vez foi bastante nossa amiga. Os dois golos de vantagem conseguidos ao intervalo foram uma benesse de Caldwell que não só fez um auto-golo como, pouco depois, à custa de uma infeliz recepção, isolou Nuno Gomes que não teve dificuldade em fazer o golo. Verdade se diga que nos primeiros 45' pouco fez o Benfica para merecer uma vantagem tão dilatada. Não fosse o central escocês e provavelmente o resultado na 1ª parte seria um empate a zero.
O intervalo fez bem aos encarnados uma vez que nos segundos 45' o Benfica conseguiu rectificar alguns aspectos menos positivos da 1ª parte, nomeadamente, dificuldades ao nível da marcação e da transição defensiva, bem como dificuldades na circulação de bola. Passámos a jogar mais compactos, dando a iniciativa ao adversário, fechando-lhe os caminhos para a baliza o que permitiu inúmeras recuperações de bola que originaram perigosos contra-ataques; conseguimos também uma maior segurança no passe, evitando o recurso aos lançamentos compridos que nos faziam perder a bola inúmeras vezes. Sem espaços e fisicamente debilitados os escoceses foram presas fáceis para os encarnados nesta 2ª parte. O 3º golo apareceu assim como o corolário lógico da supremacia do Benfica neste período e culminou a melhor jogada da partida. Pena foi não termos marcado mais golos pois oportunidades para isso não faltaram. Teria sido importante pois nada nos diz que o goal-average não venha a ser determinante na qualificação.
Realçe para a exibição de Nelson que na minha opinião terá sido o jogador encarnado mais em destaque. Não só pelo excelente cruzamento que ditou o auto-golo escocês como ainda pelas várias incursões pelo corredor direito que levavam perigo à baliza do adversário. Este é o jogador que tão bem deu conta do recado no início da época passada. Esperemos que esteja de volta aos seus melhores dias.