"A guerra no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol é um esplendoroso episódio do pântano em que se movimenta o desporto-rei caseiro.
Esplendoroso porque a única reacção possível ante tão extraordinários desenvolvimentos só pode ser a gargalhada. Já só o humor nos pode devolver algum encorajamento. Esta é mais uma daquelas manobras que durante anos alimentaram o ‘sistema’, cobrindo-o de um manto de impunidade.
Sempre no domínio da interpretação de regulamentos habilidosos, sempre procurando soluções formais que cimentassem legitimidades impossíveis à luz dos mais elementares valores de Justiça. Desta vez, quiseram transformar o Conselho de Justiça, um órgão colegial, num espaço onde meramente valesse o regime de ‘presidente do conselho’, ou seja, de voz e voto únicos, transformando os restantes membros em figuras inócuas. Aqui só uma coisa interessa: que a justiça desportiva funcione com equidade e imune a pressões. Ou isso acaba de vez – e a incómoda comissão disciplinar da Liga tem vindo a dar um grande contributo – ou o futebol continuará a ser palco de uma lógica puramente delinquente.
Espera-se, porém, que sem a impunidade histórica que todos conhecemos e à qual, quer se queira quer não, o ‘Apito Dourado’ deu uma enorme machadada".
Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Correio da Manhã
Esplendoroso porque a única reacção possível ante tão extraordinários desenvolvimentos só pode ser a gargalhada. Já só o humor nos pode devolver algum encorajamento. Esta é mais uma daquelas manobras que durante anos alimentaram o ‘sistema’, cobrindo-o de um manto de impunidade.
Sempre no domínio da interpretação de regulamentos habilidosos, sempre procurando soluções formais que cimentassem legitimidades impossíveis à luz dos mais elementares valores de Justiça. Desta vez, quiseram transformar o Conselho de Justiça, um órgão colegial, num espaço onde meramente valesse o regime de ‘presidente do conselho’, ou seja, de voz e voto únicos, transformando os restantes membros em figuras inócuas. Aqui só uma coisa interessa: que a justiça desportiva funcione com equidade e imune a pressões. Ou isso acaba de vez – e a incómoda comissão disciplinar da Liga tem vindo a dar um grande contributo – ou o futebol continuará a ser palco de uma lógica puramente delinquente.
Espera-se, porém, que sem a impunidade histórica que todos conhecemos e à qual, quer se queira quer não, o ‘Apito Dourado’ deu uma enorme machadada".
Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Correio da Manhã
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