"Há uma semana, antes de receber o Braga, o mundo benfiquista estava com o coração nas mãos. A "luz desconectada" (entenda-se comunicação turvada no circuito treinador-presidente-jogadores-adeptos) ameaçava o treinador herói de meses antes. 90 minutos depois, Jesus parecia ter nascido de novo. Antes, o voto de confiança do presidente e o treinador reconhecendo a responsabilidade. Faltava em campo a resposta dos jogadores. Sem deslumbrar, o 11 controlou sempre o jogo. Na bancada, embora longe da euforia, os adeptos sorriam. E quando perto do fim a bola parecia entrar, Júlio César fez a defesa-milagre e deu sentido aos saltos e gritos que durante todo o jogo marcaram o renascimento do estilo eléctrico de Jesus.
Todas estas respostas procuram agora bases mais sólidas. Os quatro elementos do mundo benfiquista voltaram a estar conectados? Só os próximos jogos o dirão. É improvável, porém, ver a equipa a jogar de forma muito diferente. As lacunas do 11 em algumas posições impedem que a dinâmica táctica mais empolgante do passado reapareça. Por isso, interessa saber como o Benfica irá encarar o mercado de Janeiro. Para vender ou comprar? As duas coisas, dirão. Sim, mas nesses balanço existirá um factor dominante. A pré-época (apesar das saídas de Di Maria e Ramires) dera um sinal de sacrifício para manter todo o resto da estrutura do 11. Será difícil (e pouco aconselhável) repetir um esforço tão grande. Para suportar um nível competitivo alto é necessário, porém, mexer pelo menos num corredor, o esquerdo, com um novo extremo. Nesse sentido, o argentino Fernández de quem se fala pode ser uma boa solução. São os "serviços mínimos" de mercado a que o Benfica está obrigado em Janeiro".
Luís Freitas Lobo
Expresso
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