A família portista deve estar satisfeitíssima com a saída de Scolari do comando da selecção. Habituados aos fretes da FPF e dos anteriores seleccionadores, nunca lhe perdoaram a independência e o facto de ter encostado Vítor Baía, o principal símbolo da agremiação nortenha. Esquecem-se que foi com o brasileiro que Portugal conseguiu atingir as melhores classificações, alcançando resultados que poucos algum dia sonhariam ser possíveis. Com uma forte personalidade e revelando ser acima de tudo um excelente condutor de homens, Scolari soube sempre ter os jogadores na mão, condição fundamental para se chegar ao êxito. Os elogios que os jogadores lhe fazem são um atestado à sua comprovada competência. Para além disso, conseguiu unir o povo português em torno da selecção, proeza que nenhum anterior seleccionador se pode gabar.
Uma coisa é certa: quem vier a seguir terá uma herança muito difícil de gerir. A fasquia está bastante elevada, pois igualar ou quiçá ultrapassar os feitos de Scolari será uma empreitada de respeito. As comparações com o trabalho do brasileiro serão inevitáveis e viver debaixo desta pressão não será seguramente agradável. Só um treinador com currículo, com carisma, poderá eventualmente ter sucesso. Não me parece que Manuel José ou outro treinador português - já que Mourinho e Carlos Queiroz serão cartas fora do baralho -, reúnam essas condições. Madaíl, nesta altura, deve estar bem preocupado com a situação. Motivos de sobra não faltam.
1 comentário:
fretes? então se sem fretes estão lá 11 em 23, que ou são ou foram muito recentemente do porto, imagina se houvesse fretes, 11 e falta o maniche que deveria lá estar.
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