Felizmente a tradição manteve-se: ganhou a equipa que teoricamente se encontrava em pior condição.
Na antevisão ao dérbi eu tinha dito que a vitória do Benfica passava por impedir que o meio-campo do Sporting controlasse o jogo. Foi o que sucedeu. O Sporting limitou-se a congelar a posse de bola e a fazer lançamentos longos para as costas dos centrais encarnados tentando assim aproveitar o eventual nervosismo e a inexperiência dos miúdos, o que de facto não veio a acontecer, salvo nos instantes iniciais em que Djaló se isolou e podia ter feito o golo. Esta foi, ao longo de todo o jogo, a estratégia do Sporting e daí não passou.
Não fazendo uma exibição de encher o olho, o Benfica foi sempre a equipa mais aguerrida, aquela que mais procurou a vitória (olhe-se para as estatísticas e compare-se os kilómetros percorridos pelos nossos jogadores comparativamente com os do nosso adversário). Começou mal, evidenciando algum nervosismo, mas com o decorrer do jogo foi subindo de produção. E nesta subida de produção não é alheia a entrada de Katsouranis ao intervalo, que veio dar mais consistência ao meio-campo e permitiu que Yebda se aventurasse nas tarefas ofensivas, dando assim mais profundidade ao nosso jogo. A partir daqui estavam reunidas as condições para conseguirmos um golo que nos catapultasse para a vitória. Reys, numa jogada de génio, iniciou a derrocada leonina e Sidney, poucos minutos volvidos, deu-lhes a estocada final. Após o 2º golo, o Benfica limitou-se a controlar o jogo enquanto o Sporting se desconjuntou.
Em termos individuais, destaque para a exibição de Reys (vê-se que é um jogador com pormenores de classe a quem falta ainda alguma consistência no seu jogo), Yebda (é impressionante o seu poder físico e de tosco não tem nada), Sidney (algumas vezes foi imperial) e Miguel Victor (nem parecia que era o primeiro dérbi em que participava).
Em jeito de balanço, há que dizer que foi uma vitória importantíssima, mas convém não embandeirar em arco. A equipa está em crescendo, apresenta um processo evolutivo interessante, mas ainda são visíveis algumas fragilidades que nos obrigam a ser comedidos relativamente ao futuro.
Não queria terminar sem uma palavra de apreço pela postura de Quique. Não é habitual vermos um treinador com a sua forma de estar. Humilde, pedagógico, honesto, leal, tudo qualidades que vão rareando no futebol português. Dá gosto ver um treinador com esta atitude.
domingo, setembro 28, 2008
Benfica vence dérbi
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5 comentários:
É com gosto que vejo que já não há uma critica tão pesada como nas semanas passadas. No entanto ainda vejo alguma desconfiança em relação a este momento. Não só por ser benfiquista, mas neste momento tenho mais um motivo para querer que o Benfica ganhe, para vir aqui ler um post onde há sentimento de bem estar.
(Posso não ser muito bom com as palavras, mas tudo o que digo não é critica, venho que tem uma visão do Benfica diferente da minha, e acho isso interessante.)
Caro Karadas, concordo em geral com as suas observações, e espero que no jogo com o Nápoles, tão ou mais decisivo do que este, a equipa mantenha esta atitude e esta entrega, Quique abandone o equívoco da preterição de Léo face a Jorge Ribeiro e que o fiscal-de-linha seja tão solícito como estes, pois não podemos abrir mão desta dinâmica de vitória e desta lufada de ar fresco após o pesadelo da última época. Mas na sequência deste jogo um receio assaltou-me: que tipo de preparação física foi ministrado na preparação da época e no seu decorrer? É que, embora os jogadores (veja-se Yebda) têm demonstrado um pulmão e uma intensidade que há muito não se viam no SLB, vários têm apresentado problemas físicos e musculares inauditos para um começo de época (vej-se, desta vez, Martins e Aimar)! E, já agora, como foi possível que Aimar regressasse à competição sem a sua lesão completamente debelada? E que aconteceu a David Luiz? E a Mantorras? Poderá ele alguma vez voltar a jogar ao mais alto nível? E se não, por que o escondem? Porque é amigo de LFV? Por que é que o SLB tem sempre de apresentar um registo clínico bem mais maculado e obscuro que os outros? Perguntas sem resposta...
Abraço,
Zé Amaral
só uma pequena achega sobre a questão fisica: a preparação deste ano está a ser diferente de anos anteriores e isso implica algum tempo de adaptação pela equipa. de jogo para jogo ve-se uma melhoria na resistencia fisica da equipa e uma melhor capacidade para aplicar bem a força e velocidade. nota-se progressão, se compararmos este com o do porto, ve-se bem essa evolução. depois há uma questão diferente que se prende com a capacidade e estrutura atletica de cada jogador e sabemos que tanto aimar como martins, como exemplos, precisam de mais preparação/adaptação para estarem ao seu melhor.
eu acredito no trabalho que está a ser feito pois a cada jogo que passa nota-se boa evolução a todos os niveis. um abraço
Aimar e Carlos Martins foram contratações de risco, pois estamos perante jogadores que passam mais tempo no estaleiro do que dentro das quatro linhas. Por isso, espero bem que, mais tarde, caso as lesões com estes jogadores continuem a ocorrer, os responsáveis encarnados não venham dizer que tudo isto é fruto do azar.
"Não queria terminar sem uma palavra de apreço pela postura de Quique. Não é habitual vermos um treinador com a sua forma de estar. Humilde, pedagógico, honesto, leal, tudo qualidades que vão rareando no futebol português. Dá gosto ver um treinador com esta atitude"
Também gostei, aliás acho que ele (Quique) foi a melhor contratação do Benfica nos últimos 15 anos... melhor que Futre, Simão, João Pinto ou Rui Costa... porquê? Porque acredito que nos poderá dar muitas vitórias... muitos títulos...
Foi bom que o Benfica tivesse ganho. A equipa mostra-se estruturada... organizada.
Saudações cordiais.
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