quarta-feira, maio 18, 2005

Uma semana para esquecer.

O sonho era lindo mas esfumou-se. No espaço de quatro dias, o Sporting deixa fugir de forma inglória a SuperLiga e a Taça UEFA. Uma época que poderia ter sido brilhante acaba num verdadeiro pesadelo, com todos os sportingistas, certamente a questionarem-se como tudo isto foi possível de acontecer. Nada fazia prever um final tão dramático, quando ao longo da época a equipa leonina foi demonstrando cabalmente a sua valia, revelando ser o conjunto que em Portugal praticava o melhor futebol, merecendo, por isso, os mais rasgados elogios dos vários quadrantes futebolísticos. Acontece porém, que no futebol nem sempre ganha a melhor equipa. É exactamente nesta possibilidade, de quem joga pior poder ganhar, que reside um dos maiores fascínios desta modalidade apaixonante.
O Sporting teve uma entrada de leão, acantonando os russos na sua defensiva e com isso foi criando condições para se colocar em vantagem no marcador, o que veio a acontecer por volta dos trinta minutos. Os russos tiveram dificuldade em reagir, limitando-se a aguentar a pressão do seu adversário e apenas criando uma clara oportunidade de golo já perto do final da 1ªparte por Wagner Love. Após os primeiros minutos da 2ªparte, os russos começaram finalmente a desenvolver as suas temíveis jogadas de contra-ataque. Num lance de bola parada em tudo semelhante àquele em que marcaram o golo na Luz, voltaram desta feita a repeti-lo em Alvalade, com o mesmo sucesso. Após este golo, os jogadores leoninos começaram a revelar algum desgaste físico o que foi aproveitado pelo CSKA que num contra-ataque venenoso desfeiteou mais uma vez o guarda-redes Ricardo. O momento crucial do desafio deu-se quando Rogério de uma forma incrível e manifestamente infeliz, não conseguiu empatar a partida e, no momento seguinte, os russos, em mais um contra-ataque conseguem o 3ºgolo. Foi um enorme balde de água gelada do qual os leões já não tiveram força nem clarividência para reagir.
Para a história fica um CSKA demasiado calculista que apostou tudo na sua principal arma, o contra-ataque, e com isso conseguiu o sucesso. O Sporting, por sua vez, não soube explorar da melhor forma as fraquezas defensivas do conjunto russo, claudicou em termos físicos e anímicos, e José Peseiro não está isento de culpas, pois cometeu equívocos na abordagem e condução do jogo, pecando também na demora nas substituições que não foram a meu ver as mais ajustadas.