quinta-feira, março 24, 2005

O fair-play de Miguel Sousa Tavares.

Miguel Sousa Tavares como é seu timbre aquando das derrotas do seu FCP, atira as culpas para cima dos árbitros. Desta vez o visado é João Ferreira, árbitro do último Sporting-F.C. Porto, que no seu entender teve a distinta lata de expulsar dois jogadores portistas quando estes nada fizeram para o merecer. Diz inclusivé, que a expulsão de McCarthy foi a "mais inacreditável expulsão que viu em quarenta anos de futebol", o que não deixa de ser anedótico. Acontece que o árbitro viu o que todos nós vimos: McCarthy agride com uma cotovelada Rui Jorge. Julgará MST que como a cotovelada não foi dirigida ao rosto do jogador leonino, esta reveste-se de menor gravidade. Acontece que as leis do jogo são muito claras e não classificam as agressões em função do local do corpo onde são dirigidas. Porventura a agressão foi menos dolorosa mas não deixa de ser considerada uma agressão, e nesse particular as leis do jogo são claras: têm de ser sancionadas com cartão vermelho por muito que isso lhe custe. Tentar fazer-nos crer que o FCP anda a ser perseguido só pode ser brincadeira. Logo o seu clube que como todos sabemos tem sido o mais beneficiado ao longo das duas últimas décadas. Lembrar-se-á, com certeza, qual a Associação que presidiu aos destinos do Conselho de Arbitragem durante largos anos, por coincidência os anos em que o FCP dominou o panorama do futebol nacional. Quem não se lembra dessa figura incontornável que foi Adriano Pinto? Quem não se lembra daquela lendária e patética final da Supertaça em Coimbra, em que o árbitro José Pratas corria desalmadamente fugindo dos jogadores portistas que o perseguiam pelo campo fora? Exemplos como estes podíamos enumerar dezenas. Naqueles tempos, o FCP entrava em campo não com 11 mas com 14 "jogadores", o que convenhamos era uma vantagem considerável. Foram tempos, em que o FCP punha e dispunha dos árbitros como bem queria e Pinto da Costa reinava a seu bel-prazer. Felizmente os tempos mudaram e MST tem que começar a mentalizar-se de que o seu clube tem de ganhar os jogos com as mesmas armas dos adversários, i.e., dentro do campo e sem a ajuda de terceiros. Aliás, como amante de futebol que é, só deveria estar satisfeito por poder ver campeonatos disputados sem suspeições, e onde o campeão seja apurado exclusivamente pelos seus méritos e não por interferências mafiosas de terceiros. Abençoado "Apito Dourado" que mesmo que não venha a dar nada, como se começa a perceber, tenha pelo menos a virtude de amedrontar aqueles que pretendem fazer do futebol um feudo com o único objectivo de se alimentarem dele e manobrá-lo segundo as suas conveniências.
Devo dizer-lhe ainda, que lhe fica mal insinuar que todas estas ocorrências que nas suas palavras têm prejudicado o FCP, têm o dedo do Benfica. Para si não restam dúvidas: o Benfica é o mentor de toda esta tramóia graças às influências que supostamente exerce junto da Liga, do Conselho de Arbitragem, do Conselho de Disciplina, dos jornais e sei lá que mais. Quando o vejo a acusar LFV de facciosismo e de intolerante, logo você que é o faccioso mor dos comentadores, que só consegue ver o futebol em tons de azul e branco e cuja palavra tolerância há muito que desapareceu do seu dicionário, sinto pena de si, pois tais palavras não o engrandecem antes o enchem de ridículo. Finalmente, imagine como nos sentiremos, nós benfiquistas, se no final da Superliga acabarmos empatados com o FCP e verificarmos que não somos campeões, por causa daquele malfadado roubo que nos foi infligido na Luz, aquando do jogo com o seu clube. Aí sim, seria uma ironia dos diabos e que, em nenhuma circunstância, estou certo, você assumiria a evidência.

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