Magistral

Tento recordar-me da última vez que o Benfica teve uma semana tão gloriosa como a que passou e confesso que a minha memória não consegue alcançar em que altura isso terá sucedido. Por certo, há muitos anos atrás. Na última década, tenho a certeza, nem uma vez.
Temos assim que, duma possível descida ao inferno, o Benfica se encontra agora à porta do paraíso. Quem diria! Nesta inversão de trajecto, o mérito recai todo sobre Quique e na sua equipa técnica e, porque não dizê-lo, em Rui Costa também. O espanhol tem apostado num trabalho sério que começa a dar os seus frutos. Com serenidade (muita), perseverança (muita), rigor (muito), humildade (em dose q.b.) e apoiando-se num discurso inovador, pouco habitual no nosso burgo, o espanhol, em pezinhos de lã, começa a construir uma equipa capaz de levar o Benfica a patamares que, nós benfiquistas, não sonhávamos poder alcançar nos tempos mais próximos.
Só espero que este enorme entusiasmo que se está a apoderar de todos os benfiquistas não nos retire cabeça fria para o resto (e que resto!) que aí vem. Os nossos jogadores têm de perceber que nada está conquistado, que não passámos a ser os melhores do mundo e que a atitude que vêm mantendo nestes últimos jogos é para perdurar ao longo da época, pois só assim podemos alcançar os êxitos que todos nós desejamos. Devem ainda acreditar no trabalho da equipa técnica que vem dando provas de ser merecedora da nossa confiança. Quanto aos adeptos podem ficar descansados que esses estão conquistados (basta que continuem a jogar assim e o 12º jogador poderá constituir-se num elemento decisivo na conquista das vitórias).
Por tudo o que escrevi atrás, fica claro que desaproveitar esta onda de entusiasmo em redor da equipa e esta dinâmica de vitória, seria um crime lesa-pátria que, de forma alguma, nos poderemos dar ao luxo de desperdiçar. Segunda-feira, em Matosinhos, o trilho das vitórias e das boas exibições tem de continuar a ser o nosso caminho. A bem da nação benfiquista.