quarta-feira, janeiro 19, 2005

Miguel Sousa Tavares defendendo o indefensável.

Habitualmente implacável ao pronunciar-se sobre as relações obscuras entre câmaras, empreiteiros e clubes de futebol, tenho pena de não ter ouvido Miguel Sousa Tavares, ontem na TVI, a comentar as negociatas entre Nuno Cardoso e o F.C.Porto em que aparentemente a câmara terá sido lesada em vários milhões de euros. Conhecido que é o seu fundamentalismo clubístico e lendo o que escreveu sobre o caso Apito Dourado, imagino que terá dito que tudo isto não passa de uma grande cabala, montada por gente invejosa e despeitada, que tenta denegrir a imagem do clube perante a opinião pública. Todos nos recordamos da sua indignação quando se pronunciava sobre as trafulhices de Vale e Azevedo. Se como comentador quer ser respeitado, seria bom que se deixasse de fanatismos que só o descredibilizam, e aceitasse a verdade por muito que esta lhe doa. Contra factos não há argumentos, e a verdade é que, em matéria de lisura de processos, o seu clube, ao contrário do que ele diz, não constitui modelo para ninguém. Antes pelo contrário.