domingo, janeiro 09, 2005

Desabafos de um benfiquista desconsolado.

O meu post de ontem em que fiz a antevisão ao jogo desta noite foi premonitório. Nesse post escrevi que não augurava nada de bom para o meu clube, em virtude de não ver como é que iríamos segurar o Liedson. Infelizmente o prognóstico veio a confirmar-se: os dois golos do Sporting foram marcados pelo tal jogador e, em consequência, lá encaixámos mais uma derrota. Mais do que a derrota, que custa sempre convenhamos - ainda para mais quando se trata do nosso rival - o que mais dói é que perdemos quando as incidências do desafio criaram as condições para sairmos de Alvalade com um resultado bem diferente, quiçá a vitória. Não é todos os dias que temos a oportunidade de jogar com o Sporting em superioridade numérica e apesar disso não aproveitarmos. Ainda por cima, cometemos a desfaçatez de perder essa preciosa vantagem com uma expulsão perfeitamente infantil por parte de Alcides. O jogo, reconheça-se, foi todo ele comandado pelo nosso rival mesmo quando em inferioridade numérica. O meu Benfica denotou mais uma vez todas as suas fragilidades, não funcionando como equipa, apresentando-se completamente esfrangalhada tácticamente, sem nenhum jogador que pense e organize o jogo, com uma falta de ambição e de carácter altamente reprováveis, e com um técnico que pese embora o seu currículo, não tem mostrado qualidades para estar à frente da equipa ainda que com a atenuante de ter poucos jogadores de qualidade no plantel. São estas derrotas que embora não matando, moiem e muito, o coração dos adeptos que mais dos que os jogadores, vivem o clube e sofrem por ele (eu que o diga). Eu sei que muitos dos apaniguados benfiquistas alimentam ainda algumas esperanças nas novas contratações que aí vêm. Pois eu digo-vos, caros consócios e simpatizantes, não alimentem ilusões quanto a essa possibilidade porque o ocorrido em épocas anteriores tem-nos demonstrado à saciedade que o mês de Janeiro nunca nos trouxe nada de bom. O futuro não se afigura risonho para as nossas cores, antes pelo contrário. Resta-nos continuar a sofrer que tem sido a nossa triste sina na última década. Isto de ser benfiquista foi em tempos algo que nos enchia o coração de alegria e nos fazia salivar por um jogo do nosso clube. Hoje em dia, os fins-de-semana são um suplício e um fardo que ao contrário de nos retemperar as forças para os dias de trabalho que cada semana nos traz, nos deixam simplesmente de rastos física e psicológicamente. E por culpa de quem? Por culpa desta doença maligna que é ter o Benfica entranhado no nosso corpo que nos vai definhando a alma aos poucos sem que no horizonte se avizinhe cura possível. Esta, só se consegue com vitórias. Mas todos nós benfiquistas estamos fartos de saber que ganhar, é um verbo que se deixou de conjugar para os lados da Luz há demasiado tempo.