A Liga está relançada com a vitória do Benfica sobre o F.C. Porto. Nos lugares cimeiros as equipas não estão separadas por muitos pontos, embora portistas e leões estejam em situação privilegiada, pois só dependem de si para serem campeões. O Benfica conseguiu hoje mais um balão de oxígénio para enfrentar o resto do campeonato com alguma esperança de poder vencer. A missão é bastante complicada, mas ainda é possível desde que os encarnados não voltem a perder pontos, o que a acontecer os coloca definitivamente fora da rota do título. O Sporting que em determinada altura esteve à beira do colapso, está agora muito próximo do seu principal objectivo. O F.C. Porto viu a situação complicar-se, mas continua a estar numa posição invejável que por certo as outras equipas não desdenhariam. Enfim, num campeonato em que o futebol jogado é de fraca qualidade, resta-nos a consolação de pelo menos ser competitivo, o que não está a acontecer noutros campeonatos com outra envergadura, onde os campeões já estão praticamente encontrados.
Relativamente ao jogo de hoje, o Benfica acabou por ser um justo vencedor, pois foi a equipa que durante os 90' mais fez por merecer o resultado. Jogou melhor, mostrou mais ambição e criou mais oportunidades que o adversário. No golo que decidiu a partida, Laurent Robert teve a ajuda de Vitor Baía que pese embora a excelência do remate do francês, tinha obrigação de fazer melhor, dada a distância a que o livre foi marcado. Koeman esteve irrepreensível na forma como abordou o jogo, quer nos jogadores que colocou no relvado, quer na forma como interviu no jogo, nomedamente no capítulo das substituições. A partida não foi brilhante, longe disso. Os aspectos tácticos sobrepuseram-se aos aspectos técnicos com as duas equipas a demonstrarem muito receio uma da outra. Este facto contribuiu para que o jogo não tivesse muitos motivos de interesse. Depois do golo, o F.C. Porto foi obrigado a arriscar mais e, aí sim, verificou-se uma melhoria na qualidade do jogo. O Benfica fechou-se no seu meio-campo e passou a jogar em contra-ataque. Contudo, não aproveitou os espaços dados pelo adversário por falta de arte e engenho dos seus jogadores que por várias vezes contra-atacaram em superioridade numérica, mas não souberam dar a melhor sequência a esse lances. Com o jogo mais aberto, os últimos minutos foram de uma grande emotividade, sucedendo-se lances de perigo em cada uma das balizas sem que no entanto nenhuma das equipas fizesse o gosto ao pé. Valeu assim o golo de Laurent Robert que, mais uma vez, fez juz à sua reconhecida capacidade na marcação de livres.
Nos encarnados, destaque para a imperial exibição de Luisão que, nos últimos minutos, foi determinante na manutenção do resultado; Léo continua a brilhar e o melhor que se pode dizer da sua exibiçao é que meteu Quaresma no bolso, obrigando-o mesmo a mudar de flanco. Alcides foi outra nota alta desta partida: insuperável nas tarefas defensivas teve um cruzamento para Robert que poderia ter dado golo não fosse o corte in-extremis de Paulo Assunção; Anderson esteve bem na marcação e desta vez não cometeu nenhum deslize comprometedor; Petit a eficiência habitual no combate a meio-campo; Manuel Fernandes a subir de rendimento; Karagounis sem realizar uma grande exibição trabalhou imenso; Laurent Robert valeu sobretudo pelo golo que marcou; Simão decididamente não engrena: está em campo mas parece que não está; Nuno Gomes lutou bastante apesar de ter falhado um golo que sentenciaria a partida; Moretto no pouco que teve de fazer, esteve bem.
Na próxima jornada vamos à Reboleira em mais um jogo difícil e onde a vitória se apresenta como o único resultado possível. Esperemos que os jogadores encarnados estejam à altura da responsabilidade do encontro.
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