segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Liga ao rubro (II)

Terminada a 24ª jornada verificamos que, quer nos lugares cimeiros, quer nos lugares de descida, a luta está bastante renhida. O Boavista é o mais recente cliente dos primeiros lugares, depois de sete vitórias consecutivas que com certeza lhe dão a motivação suficiente para serem um sério pretendente à Liga dos Campeões. Das equipas que ocupam as posições cimeiras só o Nacional me parece não ter estofo para levar esta luta até ao fim. F.C. Porto e Sporting, pelo facto de serem as únicas que dependem apenas de si para conquistar o título, estão nesta altura numa situação privilegiada, mas tanto o Sp. Braga como o Benfica e o próprio Boavista, aí estão, prontos, para aproveitar qualquer escorregadela dos seus adversários.
Na parte inferior da tabela temos dez equipas a lutar pela manutenção e o Penafiel já com passaporte confirmado para a Liga de Honra. Naval e V. Guimarães têm vindo nos últimos jogos a fazer uma recuperação que lhes permite ainda sonhar com a permanência. Todos os outros, mais uns do que outros, muito terão de suar para alcançarem o desejado lugar no escalão máximo do nosso futebol. Os próximos jogos irão clarificar muita coisa mas estou convicto que só na derradeira jornada tudo ficará definido. Até lá, esta aberta a caça ao ponto.

A Liga está ao rubro

A Liga está relançada com a vitória do Benfica sobre o F.C. Porto. Nos lugares cimeiros as equipas não estão separadas por muitos pontos, embora portistas e leões estejam em situação privilegiada, pois só dependem de si para serem campeões. O Benfica conseguiu hoje mais um balão de oxígénio para enfrentar o resto do campeonato com alguma esperança de poder vencer. A missão é bastante complicada, mas ainda é possível desde que os encarnados não voltem a perder pontos, o que a acontecer os coloca definitivamente fora da rota do título. O Sporting que em determinada altura esteve à beira do colapso, está agora muito próximo do seu principal objectivo. O F.C. Porto viu a situação complicar-se, mas continua a estar numa posição invejável que por certo as outras equipas não desdenhariam. Enfim, num campeonato em que o futebol jogado é de fraca qualidade, resta-nos a consolação de pelo menos ser competitivo, o que não está a acontecer noutros campeonatos com outra envergadura, onde os campeões já estão praticamente encontrados.
Relativamente ao jogo de hoje, o Benfica acabou por ser um justo vencedor, pois foi a equipa que durante os 90' mais fez por merecer o resultado. Jogou melhor, mostrou mais ambição e criou mais oportunidades que o adversário. No golo que decidiu a partida, Laurent Robert teve a ajuda de Vitor Baía que pese embora a excelência do remate do francês, tinha obrigação de fazer melhor, dada a distância a que o livre foi marcado. Koeman esteve irrepreensível na forma como abordou o jogo, quer nos jogadores que colocou no relvado, quer na forma como interviu no jogo, nomedamente no capítulo das substituições. A partida não foi brilhante, longe disso. Os aspectos tácticos sobrepuseram-se aos aspectos técnicos com as duas equipas a demonstrarem muito receio uma da outra. Este facto contribuiu para que o jogo não tivesse muitos motivos de interesse. Depois do golo, o F.C. Porto foi obrigado a arriscar mais e, aí sim, verificou-se uma melhoria na qualidade do jogo. O Benfica fechou-se no seu meio-campo e passou a jogar em contra-ataque. Contudo, não aproveitou os espaços dados pelo adversário por falta de arte e engenho dos seus jogadores que por várias vezes contra-atacaram em superioridade numérica, mas não souberam dar a melhor sequência a esse lances. Com o jogo mais aberto, os últimos minutos foram de uma grande emotividade, sucedendo-se lances de perigo em cada uma das balizas sem que no entanto nenhuma das equipas fizesse o gosto ao pé. Valeu assim o golo de Laurent Robert que, mais uma vez, fez juz à sua reconhecida capacidade na marcação de livres.
Nos encarnados, destaque para a imperial exibição de Luisão que, nos últimos minutos, foi determinante na manutenção do resultado; Léo continua a brilhar e o melhor que se pode dizer da sua exibiçao é que meteu Quaresma no bolso, obrigando-o mesmo a mudar de flanco. Alcides foi outra nota alta desta partida: insuperável nas tarefas defensivas teve um cruzamento para Robert que poderia ter dado golo não fosse o corte in-extremis de Paulo Assunção; Anderson esteve bem na marcação e desta vez não cometeu nenhum deslize comprometedor; Petit a eficiência habitual no combate a meio-campo; Manuel Fernandes a subir de rendimento; Karagounis sem realizar uma grande exibição trabalhou imenso; Laurent Robert valeu sobretudo pelo golo que marcou; Simão decididamente não engrena: está em campo mas parece que não está; Nuno Gomes lutou bastante apesar de ter falhado um golo que sentenciaria a partida; Moretto no pouco que teve de fazer, esteve bem.
Na próxima jornada vamos à Reboleira em mais um jogo difícil e onde a vitória se apresenta como o único resultado possível. Esperemos que os jogadores encarnados estejam à altura da responsabilidade do encontro.

sábado, fevereiro 25, 2006

A sorte acompanha os leões

A estrelinha anda bem cintilante lá para os lados de Alvalade. Em Coimbra pouco fizeram para merecer a vitória, mas mesmo assim conseguiram-na e logo por três golos sem resposta. Pelo volume do resultado, quem não tenha visto o jogo dirá que o Sporting dominou a partida a seu bel-prazer. Nada mais falso. Foi a Académica a melhor equipa em campo só que teve contra si o facto de ter sido pouco eficaz na finalização. Os seus jogadores falharam em demasia nesse capítulo. Já o Sporting teve tudo a seu favor: entrou no jogo a ganhar, beneficiou de um golpe de génio de Liedson quando a Académica ameaçava marcar e já no findar da partida teve um penalti a castigar uma agressão de Pedro Roma a Liedson. E assim se fez a história do jogo: a Académica a jogar e o Sporting a marcar.
P.S. - Relativamente ao clássico de amanhã e ao melhor resultado para o Sporting, registei que Paulo Bento subscreve a minha análise.

Boavista soma e segue

Pois é, ninguém dava nada pelo Boavista e ele aí está nos lugares cimeiros da classificação. Com a vitória de hoje já está no 4ºlugar - ainda que há condição - o que o legitima a ser um sério candidato às competições europeias da próxima época, quiçá mesmo à Liga dos Campeões. João Pinto, a estrela da companhia, está a fazer uma temporada excelente e já leva 9 golos marcados o que o torna um dos melhores marcadores da Liga. Com uma prestação destas, Carlos Brito e os seus jogadores merecem o nosso aplauso.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Miccoli com saudades de Itália

O italiano veio dizer que se sente bem no Benfica mas está desejoso de voltar a Itália. Percebe-se. O seu principal objectivo ao vir para Portugal, seria a possibilidade de vir a integrar as escolhas do seleccionador italiano para o Mundial. Com o pouco que tem jogado certamente que Marcello Lippi não contará com ele. Apontado como a grande contratação do Benfica para esta época, Miccoli tem-se revelado uma enorme desilusão. Bem sei que as lesões o têm atormentado. Mas mesmo quando jogou, não mostrou créditos suficientes que justifiquem o investimento do Benfica na aquisição do seu passe. O clube não nada em dinheiro e 5 milhões de euros é efectivamente muito dinheiro, tendo em conta a relação custo/produtividade. Há com certeza jogadores mais baratos no mercado e que ofereçem melhores garantias do que o italiano. Estou convicto que os dirigentes encarnados pensarão o mesmo.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A aritmética dos sportinguistas

Há quem diga que para os leões o melhor desfecho no Benfica vs F.C. Porto, será a vitória dos da Luz. Não me parece. Penso que o empate seria o melhor resultado porque deixaria os portistas a 3 pontos (isto partindo do princípio que o Sporting vence a Académica) diferença que seria anulada em caso de derrota destes em Alvalade, além de que o Benfica ficaria 5 pontos. Na 1ª hipótese, o F.C. Porto ficaria com 2 pontos de vantagem, enquanto o Benfica mantinha a diferença de 3 pontos relativamente ao Sporting, ou seja, ainda perfeitamente na corrida ao 2º lugar.
Seja como for estas são contas que eu não gosto de fazer. As que me interessam são aquelas que passam pela vitória encarnada, porque só assim podemos acalentar algumas esperanças na revalidação dotítulo. O empate deixa-nos completamente arredados, ficando inclusivé em perigo a presença na Liga dos Campeões. Já a derrota pode até pôr em risco um lugar na Taça UEFA, o que a acontecer seria um descalabro de consequências imprevisíveis.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Chelsea com vida difícil

Ao ser derrotado em casa frente ao Barcelona, o Chelsea é capaz de ter hipotecado as hipóteses de se manter na Liga dos Campeões. Sendo assim cai por terra o principal objectivo de Mourinho para esta época. O treinador português bem se pode lamentar de não ter podido jogar com as mesmas armas do adversário, dado que na 1ª parte se viu privado de um jogador, por expulsão de Del Horno, o que já havia acontecido na época passada em Barcelona. Em Espanha, o Chelsea precisará de marcar pelo menos 2 golos o que, frente a uma equipa como a do Barcelona, constitui uma tarefa gigantesca.

Benfica vence campeão europeu

Vitória importante, quiçá moralizadora, mas o favoritismo da eliminatória continua ainda assim a pertencer ao Liverpool. Foi fundamental não sofrer golos, embora a vantagem magra possa não ser suficiente para o ambiente que vamos enfrentar em Liverpool. Em casa, o Liverpool vai pôr em campo todas as suas principais armas, Peter Crouch e Gerrard incluídos, apostará num futebol directo aproveitando a estatura dos seus jogadores e aí dificilmente o Benfica não abanará. Hoje Moretto voltou a não estar feliz e em Inglaterra a prestação do guarda-redes vai ser decisiva. A nosso favor temos a pequena vantagem de se conseguirmos um golo o nosso adversário ter de marcar três. Resta saber se o Benfica terá capacidade para marcar esse tão desejado golo. Penso que as nossas possibilidades de irmos em frente nesta Liga dos Campeões passa muito por este aspecto: marcarmos um golo e conseguirmos não sofrer três. É que não sofrermos golos parece-me uma tarefa quase impossível.
No que toca ao jogo propriamente dito, parece-me que hoje Koeman acertou na táctica. A inclusão inicial dos 3 médios foi importante por forma a não perdermos a batalha do meio-campo, zona do terreno onde o Liverpool é bastante forte. Este facto permitiu-nos roubar espaços ao adversário, dificultando-lhe a organização e criação de jogo ofensivo. O Liverpool durante a 1ª parte teve mais tempo a posse de bola, mas foi pouco acutilante não criando dificuldades de monta à nossa defesa. Se nos aspectos defensivos estivemos exemplares já no plano ofensivo as coisas não nos correram bem, por força da falta de jogadores criativos que pudessem transportar a bola para a frente com segurança. Na 2ª parte e já com os ingleses a revelar algum desgaste físico, a entrada de Karagounis veio a revelar-se decisiva na melhoria do futebol encarnado. Alguns perguntarão porque razão o grego não entrou mais cedo já que Beto cada vez que tinha a bola a perdia de imediato. Eu penso que a substituição foi feita na altura certa, porque até aí Beto foi sempre bastante importante no encurtamento dos espaços, na recuperação de bola e no desgaste que foi provocando no adversário. Os ingleses acusando alguma fadiga deixaram de ser tão eficazes nas marcações, passando nós a ter mais liberdade de acção e aí a reconhecida capacidade técnica do grego fez o resto, permitindo maior fluidez ao nosso jogo ofensivo que até então praticamente não tinha existido. Apesar de tudo as oportunidades de golo continuavam a não surgir para nenhum dos lados. Acabou por ser um lance de bola parada a dar a vitória ao Benfica num lance bem congeminado por Petit que, contrariamente ao esperado, em vez do remate directo, decidiu-se por um cruzamento a que Luisão deu a melhor sequência desfeiteando Reina para gáudio dos adeptos encarnados.
No Benfica há a destacar as exibições de Luisão e Petit verdadeiros gigantes nesta partida. Léo cotou-se com outra boa exibição assim como Anderson na marcação a Fowler ( o problema deste jogador é que, por vezes, comete fífias que deitam tudo a perder como voltou a acontecer hoje por 2 vezes). Em contrapartida, Simão continua a sua travessia no deserto; Robert nem com a motivação extra de jogar contra ingleses conseguiu mostrar alguma coisa e Beto que esteve completamente desastrado no capítulo do passe.
O jogo de hoje veio provar o erro de nas competições nacionais o Benfica não jogar com 3 médios. Na Liga portuguesa jogamos sempre em desvantagem numérica na zona nevrálgica do terreno, estratégia que nos tem saído bem cara. É que jogar com 4 jogadores que não defendem ( os 2 pontas-de-lança e os médios alas) é um luxo com que não se compadece o futebol moderno. Esse 3º homem no meio-campo terá de ser um organizador de jogo, tarefa que Karagounis desempenha como ninguém no plantel encarnado. Este tem sido o grande erro do holandês que resolveu ceder aos desejos dos adeptos, cuja maioria não gosta que o Benfica jogue com 2 médios defensivos por entender que isso limita o futebol ofensivo da equipa. Um logro que a meu ver tem sido o responsável pelo descalabro da equipa.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Sadinos indigestos

Quem diria que a União de Leiria depois de ter vencido Benfica e Nacional, aos quais marcou 7 golos, viesse a perder frente ao V. Setúbal que vinha de 3 derrotas consecutivas. Esta derrota dos leirienses dá-me um certo gozo dada a sobranceria de Jorge Jesus que últimamente tem andado insuportável, tão convencido está de que é um grande treinador. Pode ser que este desaire o faça descer à Terra. Já o V. Setúbal, com esta vitória, quase assegurou a permanência na Liga. Mais 3 pontinhos e entra de férias. Nada mau para quem era um dos grandes candidatos à descida.

Pede-se ajuda aos deuses

Koeman disse hoje que se o V. Guimarães ganhou ao Benfica então o Benfica também tem possibilidades de vencer o Liverpool. A teoria faz algum sentido. O problema é que, por certo, os ingleses não vão conceder as facilidades que o Benfica resolveu dar em Guimarães. O campeão europeu em título é uma equipa fortíssima que faz do jogo colectivo o seu ponto forte e que apresenta uma defesa coriácea, um meio-campo possante e lutador e um ataque onde tem pontificado o gigante Peter Crouch. Só um Benfica em noite inspiradíssima poderá levar de vencida este colosso do futebol britânico. E não basta ganhar. Mesmo ganhando, é fundamental não sofrermos golos e, neste particular, mais do que as situações de contra-ataque é das bolas paradas que tenho mais receio: jogadores com a envergadura de Hyypia, Carragher, Riise, Gerrard, Hamann, Morientes e principalmente Peter Crouch põem em respeito qualquer equipa. Confesso que não tenho grandes ilusões quanto ao desfecho da eliminatória. A mesma descrença já se tinha verificado quando defrontámos o M. United. Na altura pedi um milagre e ele aconteceu. Desta feita, outro milagre vinha mesmo a calhar.

domingo, fevereiro 19, 2006

Preocupações infundadas

Pelo que leio, todos os males do Benfica residem na figura do treinador. Se assim é, apresse-se a saída deste, para que os objectivos traçados no início de época ainda possam vir a ser alcançados. O que não faltam por aí são treinadores desempregados que não se fariam rogados em treinar tão prestigiado emblema. Segundo rezam os entendidos qualquer um serve, pois o menos qualificado será sempre melhor do que Koeman. Afastado o holandês, os jogadores ainda iriam a tempo de mostrar toda a sua categoria e levar o clube aos êxitos pretendidos. Como temos verificado, a excelência do plantel dá-nos as maiores garantias para o futuro. Pessoalmente penalizo-me por não ter acreditado nestes jogadores e não ter sabido avaliar a incompetência deste treinador. Infelizmente, imperativos temporais, não permitem que um novo treinador se sente no banco já contra o Liverpool, caso contrário, estou convicto, esta eliminatória com os ingleses estaria no papo. Mas tendo em conta que o segundo jogo é só daqui a 15 dias, um novo treinador em funções terá tempo suficiente para criar as condições, caso o resultado do jogo da Luz não seja muito desnivelado, de chegarmos a Inglaterra e despacharmos o Liverpool. Vão ver que com um pouco de sorte ainda chegamos à vitória na Liga dos Campeões. E quanto às provas nacionais as perspectivas são óptimas. A Taça de Portugal obviamente não nos fugirá e no campeonato o F.C. Porto irá por certo perder os 8 pontos que tem agora de vantagem. A começar já na próxima jornada com a derrota na Luz. Animem-se portanto os adeptos benfiquistas, pois como acabei de demonstrar nada está perdido.

Benfica à beira do abismo

Depois do embate em Guimarães penso que ficou claro que o Benfica já não tem condições para lutar pela reconquista do campeonato. Para que as esperanças subsistissem era imprescindível uma vitória sobre os vimaranenses. Como a derrota veio a ser o desfecho final, o campeonato para nós terminou, restando-nos agora lutar por um lugar europeu que não é líquido que seja a Liga dos Campeões. O resultado de hoje aconteceu com toda a naturalidade. Era aliás previsível face às exibições que o Benfica vinha fazendo nos últimos tempos. Eu próprio o fui dizendo neste espaço. Fui acusado de pessimista crónico e de não perceber nada de futebol. Pelos vistos a razão estava do meu lado. Não que isso me envaideça, antes pelo contrário. Tomara que estivesse enganado. Infelizmente os meus receios vieram a confirmar-se.
Num jogo do tudo ou nada pedia-se aos jogadores encarnados uma atitude diferente daquela que revelaram nos primeiros 30' da 1ª parte. O V.Guimarães entrou em campo a todo o gás mostrando-se melhor adaptado ao estado do terreno e dominando claramente a partida. O Benfica, ao contrário, revelou-se medroso, desorganizado, pouco combativo e completamente inadaptado face às péssimas condições do relvado. Quando acordou já se encontrava a perder. E se a atitude melhorou a qualidade do futebol nem por isso. A prova evidente de tal desinspiração, está patente no pouco ou nenhum trabalho a que Nilson foi submetido. Lembro-me apenas de duas oportunidades de golo esbanjadas e ambas por Nuno Gomes: exasperante a lentidão no primeiro lance; remate desastrado, no segundo lance, quando se encontrava junto à pequena-área vimaranense. Tudo o mais, foi um deserto de ideias e de incapacidade futebolística. E para ajudar à festa, Ricardo Rocha ofereceu dois golos. Num curto espaço de tempo que, curiosamente coincidiu com as contratações de Inverno, o futebol encarnado descaracterizou-se por completo. Não há fio de jogo, não há qualidade, não há vontade, não há nada. E pior do que isso, não há equipa. O que há é um conjunto de jogadores que se reúnem todos os fins-de-semana para jogarem em nome do Benfica sem que para isso revelem o mínimo de atributos para envergarem tão gloriosa camisola. O historial do clube merece outros protagonistas, porventura menos afamados, mas mais briosos e com sangue na guelra. Haja alguém que dê um murro na mesa e saiba mostrar a estes rapazes que as coisas têm que mudar e depressa. E já agora não atirem todas as responsabilidades para cima de Koeman. É verdade que o holandês não está isento de culpas mas é bom que outros se cheguem à frente no repartir do insucesso. Jogadores e dirigentes têm contribuído, e de que maneira, para este descalabro. Deseja-se por isso ponderação e bom senso na análise da situação, uma vez que é imperioso encontrar soluções eficazes que ponham termo a esta espiral de derrotas em que o Benfica se deixou enredar.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Jogo decisivo em Guimarães

O Benfica joga amanhã a 1ª de duas finais, a saber: V.Guimarães e F.C. Porto. Para os encarnados as contas são fáceis de fazer: em caso de não averbarem seis pontos nestes dois jogos, bem podem dar a época como perdida, o mesmo é dizer que a conquista da Liga já era. E se o confronto com os azuis-e-brancos se antevê de grau de dificuldade máximo, o jogo de amanhã em terras de Afonso Henriques, para lá caminha. Não só porque o V. Guimarães vive com a corda na garganta ( a descida à Liga de Honra está ali ao virar da esquina), mas também pelo facto de vir de uma vitória moralizadora que os poderá catapultar para um patamar exibicional que até ao momento nunca conseguiram nesta Liga. Para além do mais, temos verificado que as equipas nacionais se costumam trancender quando jogam com o Benfica (então os guarda-redes nem se fala!). Por todos estes motivos, é bom que os jogadores encarnados se capacitem que têm de estar ao seu melhor nível se quiserem manter a chama acesa no que toca à revalidação do título. Não haverá margem de tolerância para o erro e para o jogo mole. Quer-se uma equipa na verdadeira acepção da palavra, uma equipa que dê mostras da sua real capacidade, que se entregue ao jogo de alma e coração e que desde o 1º minuto evidencie a sua superioridade perante o adversário. Os dirigentes e os adeptos continuam a acreditar na equipa. É preciso que os jogadores provem que são merecedores da nossa confiança. Não basta vir a público dizer que a equipa está viva, como Simão o fez após a derrota com o Sporting. Têm de o demonstrar dentro de campo. Menos paleio e mais acção é o que eu lhes peço enquanto adepto.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Costinha pode ser chamado à Selecção

Nem tudo está perdido para o jogador. Afastado do Dínamo de Moscovo e correndo riscos de não voltar a jogar até ao final da época, Costinha poderia ver fechadas as portas do Mundial. Questionado sobre essa possibilidade, Scolari desdramatiza a questão dizendo que tal facto não é impeditivo de uma eventual convocação. Para o seleccionador tudo é possível desde que o jogador esteja bem fisicamente. É caso para perguntar: quem é amigo, quem é?

Tarefa facilitada

As expulsões de Van der Gaag e Marcinho (dois dos melhores jogadores maritimistas), ontem no jogo frente ao V. Guimarães, devem ter deixado os portistas bastante satisfeitos. Com as ausências de Quaresma e Pepe as coisas podiam tornar-se difíceis. Assim, tudo fica mais fácil para o F.C. Porto.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Taça de Portugal

O sorteio dos quartos-de-final voltou a fazer-me a vontade. Um adversário acessível e, ainda por cima, em casa. Não nos podemos queixar da sorte. Para tudo ser perfeito, Sporting e F.C. Porto deviam defrontar-se entre si. Foi pena. Pode ser que a Académica e o Marítimo se encham de brios e os despachem sem dó nem piedade. Fico a torcer por isso.

Vencer sem convencer

Preocupante é o mínimo que se pode dizer da exibição encarnada. Frente a um Penafiel, que é só o último classificado da Liga, o Benfica fez mais uma exibição para esquecer, pese embora os 4 golos marcados. Não fosse o adversário tão frágil e provavelmente o resultado não teria sido a vitória. O futebol praticado pelo Benfica não empolga ninguém. É um futebol sem ideias, abúlico, previsível, parecendo até que os jogadores estão a fazer um frete. No jogo de ontem salvaram-se Moretto, Luisão, Léo, Petit e a espaços Geovanni. Quanto aos outros, uma mediocridade confrangedora. Os jogos vão-se sucedendo e as novas aquisições tardam em justificar a sua contratação: Robert joga a passo e obriga a que Simão jogue na direita, onde rende bem menos.; Karagounis que prometia após o jogo com o Nacional, voltou a exibir-se ao nível dos primeiros jogos, embora tenha a atenuante de ter jogado numa posição muito recuada; Anderson desde o jogo com o Sporting, vai coleccionando fífias; Manuel Fernandes não acrescenta nada ao meio-campo; Simão há muito que não se vê; Manduca parece que está sempre cansado; Marcel não há meio de fazer o gosto ao pé. Enfim, numa altura em que se aproximam jogos decisivos a equipa encarnada está de rastos. Ou mudam de atitude e arrepiam caminho, ou então o destino está traçado e não é com certeza aquele que todos os benfiquistas desejam.

sábado, fevereiro 11, 2006

Passeio em Belém

Vitória clara do F.C. Porto perante um Belenenses que nunca mostrou capacidade para discutir o resultado. José Couceiro terá de esperar por outra oportunidade para se "vingar" da sua anterior equipa. Adriano, que veio dar outro poder atacante aos azuis-e-brancos, facturou os dois golos correspondendo da melhor forma a passes de Quaresma. Na defesa Pepe tem-se revelado intransponível e Helton desde que assumiu a titularidade parece que as bolas fogem da baliza do F.C. Porto. Apesar de muito criticado o que é verdade é que o dispositivo táctico que Co Adriaanse decidiu implementar, lá vai dando os seus frutos. Com este ou outro sistema, o F.C. Porto é, sem sombra de dúvida, a equipa que pratica o futebol mais espectacular e mais produtivo da Liga, como aliás os resultados o têm vindo a provar. Fica a convicção de que os seus mais directos adversários vão ter muito que penar para o desalojar do 1º lugar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Assistências aos jogos

No campeonato das assistências aos jogos, o Benfica já está no 1ºLugar. Ao fim de 21 jogos a classificação é a seguinte:

1º Benfica - 40793 (Média); 448732 (Total)
2º F.C. Porto - 38749 (Média); 426243 (Total)
3º Sporting - 30890 (Média); 308905 (Total)
4º V. Guimarâes - 14475 (Média); 144757 (Total)
5º Sp. Braga - 11634 (Média); 127976 (Total)
6º Académica - 7384 (Média); 73840 (Total)
7º Boavista - 4272 (Média); 47000 (Total)
8º Marítimo - 4000 (Média); 44.000 (Total)
9º V. Setúbal - 3570 (Média); 35700 (Total)
10º U. Leiria - 3279 (Média); 32794 (Total)
11º G. Vicente - 3173 (Média); 31739 (Total)
12º P. Ferreira - 2530 (Média); 25300 (Total)
13º Beleneneses - 2472 (Média); 27200 (Total)
14º Penafiel - 2280 (Média); 22800 (Total)
15º Rio Ave - 2181 (Média); 24000 (Total)
16º Nacional - 2110 (Média); 21100 (Total)
17º Naval - 1920 (Média); 21130 (Total)
18º E. Amadora - 1619 (Média); 17801 (Total)

Por aqui se percebe porque alguns clubes vão fechando as portas. Tendo como referência o Benfica que apresenta uma média de sensivelmente 40.000 espectadores por jogo, verificamos que grande parte dos clubes não atinge este número ao fim duma época inteira o que não deixa de ser impressionante. Urge perceber porque tal acontece: bilhetes demasiadamente caros? qualidade do futebol praticado pouco convidativo? excesso de jogos na Tv? Uma coisa é certa: os clubes não aguentarão por muito mais tempo uma realidade destas.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Vitória justa

O objectivo foi conseguido: eliminar o Nacional. Tal como se previa não foi uma eliminatória fácil. Foi uma vitória arrancada a ferros uma vez que o vencedor só foi encontrado através do recurso às grandes-penalidades. Embora não jogando bem, o Benfica fez o suficiente para resolver a eliminatória durante os 90'. Os encarnados esbanjaram várias oportunidades de golo que poderiam ter dado uma outra expressão ao resultado. O Nacional limitou-se a defender nunca conseguindo importunar Quim que se limitou a assistir ao jogo. No Benfica há a destacar as exibições de Léo (que grande "joga"), Luisão (redimiu-se das más exibições dos últimos jogos), Ricardo Rocha e Karagounis que veio dar outra segurança no capítulo do passe e na organização de jogo. O grego voltou a provar que merece mais oportunidades do que aquelas que Koeman lhe tem dado. Ao invés, Simão continua a revelar que está longe da forma ideal enquanto Marcel não se pode dar ao luxo de falhar dois golos feitos. Agora que venha o próximo adversário. Se possível o mais fraquinho e de preferência jogando em casa.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Benfica - Nacional

Hoje é dia de Taça de Portugal. O Benfica tem em mãos uma eliminatória complicada. O Nacional talvez não seja, nesta altura, o melhor adversário face à crise que parece instalada na equipa da Luz. Os encarnados vão ter de estar ao seu melhor nível, pois os madeirenses são um adversário de peso, constituído por jogadores de qualidade e que vem à Luz com naturais ambições de vencer e afastar o Benfica da competição. Novas alterações vão ser feitas na estrutura da equipa: Quim regressa, Anderson também e Geovanni volta ao lado direito do ataque. A nota mais significativa e mais preocupante é a ausência de Petit. Veremos como o Benfica resolverá os problemas no miolo muito especialmente as transições ataque-defesa. Prevê-se mais uma noite de emoções fortes.

domingo, fevereiro 05, 2006

A imprescindibilidade de Beto

Verdade se diga que o Benfica, ontem em Leiria, até fez um jogo engraçado em termos ofensivos. Não fossem as azelhices na finalização e a portentosa exibição de Costinha (é inevitavel nos jogos com o Benfica) e o Benfica certamente teria ganho os três pontos. O problema é que o futebol não vive só do ATAQUE. Para se ganharem jogos é preciso, antes de mais, DEFENDER a nossa baliza, impedindo que o adversário finalize com êxito. Ora neste particular o clube da Luz tem errado em demasia nos dois últimos jogos. E analisando as estatísticas chegamos a uma conclusão interessante: nos seis golos sofridos, em cinco deles, Beto não estava em campo, sendo que o golo em que ele estava presente foi obtido na transformação de um penalti. Pode ser uma simples coincidência. Pessoalmente não acredito que seja essa a explicação. Acontece simplesmente que o brasileiro em termos defensivos é irrepreensível ( exímio recuperador de bolas e excelente na forma como ocupa o espaço defensivo) enquanto que o seu habitual substituto, Manuel Fernandes, apresenta graves lacunas nesse aspecto do jogo. E ontem, mais uma vez, isso veio a confirmar-se: no lance do 1º golo do Leiria, Manuel Fernandes não estava em "su sitio"; se a isto juntarmos as frequentes perdas de bola que deram origem a perigosos contra-ataques do adversário, provavelmente encontramos uma das explicações para a derrota. Está provado que o Benfica precisa de jogar com dois médios centrais que garantam com sucesso os equilíbrios defensivos da equipa. E os resultados são esclarecedores quanto à necessidade de Petit e Beto fazerem parte do onze titular. As 9 vitórias consecutivas foram conseguidas com esta dupla em campo. Dir-me-ão que com Beto em campo a equipa perde ofensividade. Plenamente de acordo. Mas enquanto não encontrarem um jogador que faça as duas funções (atacante e defensiva) com eficácia deixem lá estar o brasileiro. Caso contrário as derrotas irão suceder-se.

A culpa é do treinador

Ontem, Koeman lá fez a vontade ao povinho e colocou uma equipa em campo de acordo com as preferências da maioria dos adeptos. Só faltou o Karagounis. De nada lhe valeu. Perdeu-se, e, como se perdeu, há que atirar as culpas para cima do treinador como se fosse ele o responsável pelas flagrantes oportunidades de golo desperdiçadas e pelas ofertas de golo ao adversário. É assim a cultura desportiva em Portugal. Quando os resultados não aparecem o culpado é sempre o treinador. Acontece que nos últimos 15 anos têm passado pelo Benfica alguns treinadores com excelente currículo. Pelos vistos, dando ouvidos à opinião da maioria, temos de chegar à conclusão de que estes treinadores, ao assentarem arreiais na Luz, desaprendem tudo aquilo que sabiam, tornando-se em vulgares treinadores sem o mínimo de qualidade para orientarem o Benfica. Se isto não é um absurdo então temos aqui um caso do foro sobrenatural. Será mau olhado? Há quem diga que Bella Gutman é o responsável. Se assim for, o problema só se resolve com o recurso a um especialista na matéria. Ao que consta, Alexandrino está desempregado.

sábado, fevereiro 04, 2006

O fim do sonho

Dois jogos, duas derrotas, seis golos sofridos e seis pontos perdidos. Com uma contabilidade destas não se pode pensar em ser campeão. Até ao final do campeonato, aos jogadores encarnados, pede-se-lhes que dignifiquem a camisola que envergam e procurem atingir um lugar que dê acesso à Liga dos Campeões. É o mínimo que se lhes exige depois de desbaratarem por completo as possibilidades de revalidarem o título. F.C. Porto e Sporting discutirão entre si quem será o campeão, enquanto Benfica, Nacional e Sp. Braga disputarão os outros lugares europeus. Para os adeptos fica mais um ano de desilusões algo a que já vamos estando habituados. Valeu o interregno do ano passado, para, de alguma forma, amenizar esta espiral de inêxitos que curiosamente vem assolando o clube não só no futebol mas também nas restantes modalidades. Tamanha colecção de desaires, penaliza em demasia o coração dos adeptos e retira-lhes motivação para continuarem a acompanhar o clube. Eu por mim falo: estou cansado de ver o Benfica perder!

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Futsal encarnado à deriva

O futsal encarnado vai de mal a pior. Já não bastava a decepcionante carreira que estão a fazer no campeonato, acabam agora de ser eliminados na 2ª fase da UEFA CUP, numa prova em que tinham as mais altas expectativas. A rábula das contratações dos brasileiros que, por falta dos certificados internacionais, acabaram por jogar apenas o último jogo enchem de ridículo Luis Moreira, o responsável máximo da modalidade no Benfica. As suas explicações não convencem ninguém, antes põem a nú as fragilidades dum departamento que dá mostras do mais puro amadorismo. O planeamento da época, nomeadamente, entradas e saídas de jogadores, tem sido um verdadeiro desastre conforme os resultados assim o demonstram. Pelo andar da carruagem o título nacional está entregue ao Sporting que esta época tem-se revelado insuperável.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Sábado vai haver festa em Alvalade

O jogo da próxima jornada entre Sporting e Nacional promete. Não tanto pelo futebol que as duas equipas têm apresentado, nem pelo lugar que ambas ocupam na tabela classificativa, mas pela troca de palavras entre os dirigentes dos dois clubes a propósito de recentes declarações do presidente nacionalista, que ao saber de um eventual interesse dos leões por Adriano, disse que não permitiria a ida do jogador para Alvalade por entender que o Sporting era um clube do seu campeonato. Os leões não se conformam com este desplante de Rui Alves, consideram uma falta de respeito, e recusam-se a receber os madeirenses com os salamaleques da praxe, tão grande é a indignação. Posto isto, imagina-se a recepção que os nacionalistas vão ter quando subirem ao relvado. Não vão faltar cartazes, insultos e assobios. Prevejo até, que as mães dos jogadores não vão ser poupadas. E não pelas melhores razões.

Simão permanece na Luz

Acreditem que é verdade: Simão sempre ficou no Benfica. Se calhar contra a sua vontade e de certeza contra a vontade de alguns orgãos de informação, nomeadamente o jornal "O Jogo", que não se cansou de fazer parangonas com a ida do jogador para Inglaterra. Como tantas outras vezes, os jornais enganaram-se. As fontes fidedignas afinal não eram tão credíveis quanto isso, mas os jornais lá se foram vendendo que é aquilo que mais lhes interessa. O respeito pelo leitor é algo que não faz parte do código deontológico dos jornalistas. O que conta são as vendas, nem que para isso se inventem notícias.