Rui Vitória

Como treinador não gosto de Rui Vitória. Nunca gostei. As equipas por onde tem passado nunca apresentaram um futebol de qualidade e os resultados desportivos foram sempre sofríveis, salvo aquela Taça de Portugal de má memória conquistada frente ao nosso clube. Agora também deve dizer-se, em abono da verdade, que lhe foi posto à disposição no Benfica o pior plantel das últimas épocas. Qualquer dos plantéis de Jorge Jesus era superior ao desta época. Sobre isso não restam dúvidas. Mas é bom que se diga também que, mesmo com este naipe de jogadores, exigia-se-lhe muito mais. Por esta altura a equipa já devia apresentar fio de jogo, coisa que não se vislumbra. É um futebol de muita posse mas com pouca objetividade e em que os aspetos individuais se sobrepõem ao coletivo. Os próprios jogadores dão a impressão de ainda não terem apreendido o que o treinador pretende. E se isso acontece não é aos jogadores que se devem assacar responsabilidades. Cabe ao treinador saber passar a mensagem. Acresce que Rui Vitória tem um discurso muito redondo e pouco motivador, que não ajuda nada a sairmos deste buraco em que estamos metidos. O homem é acima de tudo um gajo porreiro. Mas para um treinador que se preze e que treina um grande clube esse traço de personalidade não chega. Há que acima de tudo perceber do ofício. E nesse particular, Rui Vitória apresenta muitas lacunas.