"De João Gobern só havia a esperar, mesmo em pleno estúdio de televisão, que
ao saber de um golo dramático do Benfica, o saudasse. O que fazia ele no estúdio
de televisão? Opinava sobre futebol. Pois foi o que Gobern fez, e bem, de punho
no ar. Ao contrário do que pensam os geómetras das linhas de passe e os
aritméticos da situação de um para um, o futebol não é nada disso, é um jogo, é
paixão. Esses nossos parolos cientistas da bola que falam dela como ninguém usa
no mundo do futebol televisivo, exceto por cá, fazem passar a objetividade da
opinião em futebol como uma virtude, quando é uma forma capada de o contar. As
melhores páginas em língua portuguesa sobre futebol são de Nelson Rodrigues,
cegueta incapaz de ver o relvado do meio da bancada do Maracanã, mas que narrava
um jogo como ninguém, só iluminado pela cegueira pelo seu Fluminense. Soubessem
as televisões o que é o futebol e só tinham gente sincera e talentosa a torcer
pelos seus clubes ou, então, quem se derreta seja pela bola colada ao pé
esquerdo de Messi, seja pela arrancada de galgo de Cristiano, torcendo pelo mais
belo jogo do mundo. Gobern foi despedido por se emocionar com o futebol - quando
essa era uma das justificações para ele ter sido escolhido. Entretanto,
continuam os trios de amanuenses, cada um posto lá porque a direção de um clube
o escalou, e que fingem que são imparciais em qualquer penálti, seja na "nossa"
área, seja na "deles".
Francisco Fernandes
DN
3 comentários:
Brutal!
Karadas, Grande Filho da Puta!
assim sim karadas ate lhe fodes a peida toda com txt de curto, forte e grosssssooooooo...
Enviar um comentário