Quem dá o que tem a mais não é obrigado

Alguns dirão que não jogámos nada e que tínhamos obrigação de fazer muito melhor. Eu direi que fizemos aquilo que está ao nosso alcance neste momento. É bom termos presente que Portugal está limitado do ponto de vista ofensivo dada as ausências de Bosingwa e, fundamentalmente, de Nani. A nossa selecção não tem elementos desequilibradores, excepção feita a Deco e Cristiano Ronaldo (ambos hoje muito mal), que transportem a equipa para a frente e construam jogo ofensivo. Além disso temos jogadores pouco dotados do ponto de vista físico (as bolas divididas foram quase todas ganhas pela Costa do Marfim) e mesmo defensivamente apresentámos lacunas graves (os corredores laterais foram muito mal defendidos) o que obsta a que possamos ter grandes aspirações neste Mundial.
Há por aí muito boa gente que julga que temos um potencial ao nível das melhores selecções do mundo o que é um puro engano, daí que não seja justo pedir-se a esta selecção aquilo que ela não é capaz de dar. Em termos de valor somos a terceira selecção do grupo, pelo que é absolutamente natural e previsível que não nos apuremos para a fase seguinte. Tenhamos os pés assentes na terra e deixemo-nos de ilusões. Não basta querer, é preciso poder. E nós definitivamente não temos esse poder.