Esta noite tivemos o melhor Benfica da pré-temporada. Os primeiros 45m frente ao Bordéus foram, até ao momento, o período em que os encarnados estiveram mais perto daquilo que se lhes é exigido. Gostei sobretudo do espírito colectivo, bem expresso na forma como os jogadores se dispuseram em campo, bem perto uns dos outros, actuando como um bloco coeso. Este facto permitiu não só que a equipa tivesse facilidade nas tarefas de recuperação de bola como ainda nas transições ofensivas, graças a uma boa circulação de bola a que faltou maior capacidade de finalização. Os jogadores denotaram estar mais adaptados ao sistema que Fernando Santos pretende implementar e, neste particular, há que destacar a exibição de Katsouranis que vem revelando grande sentido táctico e especial competência para desempenhar o lugar à frente da defesa. Infelizmente o seu rendimento já não é o mesmo quando colocado na face lateral do losango o que levanta um problema ao técnico encarnado: como encaixar o grego e Petit no onze titular? Estamos perante dois jogadores que são óptimos em termos tácticos e na recuperação da bola mas têm dificuldades na construção de jogo ofensivo. Atendendo a que a nível nacional o Benfica terá a iniciativa do jogo na maioria dos jogos, não faz muito sentido que, neste sistema, joguem em simultâneo dois jogadores com estas características. A equipa denota, nestas circunstâncias, grandes dificuldades na organização do ataque, como hoje se verificou quando Katsouranis e Diego jogaram juntos e como já havia acontecido nos jogos anteriores. Apesar de, no meu entendimento, esta opção em nada beneficiar o futebol encarnado, estou convencido que Fernando Santos irá decidir-se pela inclusão dos dois quanto mais não seja porque não tem coragem de deixar um deles de fora.
Resolvido este problema não me parece que haja grandes dúvidas relativamente aos restantes jogadores que farão parte da equipa-tipo, excepção feita aos guarda-redes. Alcides, Luisão, Anderson e Léo serão os defesas. Karagounis, Petit e Rui Costa estarão certos no meio-campo. Miccoli e Nuno Gomes serão a dupla atacante, a não ser que entretanto surja alguma truta para o ataque o que não me parece que venha a ser o caso.
Se nas primeiras escolhas a equipa dá algumas garantias, nas segundas isso já não acontece. Salvam-se Ricardo Rocha, Nelson, Nuno Assis e Beto, o que torna fundamental uma ida ao mercado. A pré-eliminatória está à porta e Fernando Santos desespera por três reforços. Ele e nós!
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