A tradição manteve-se e o sonho esfumou-se. Num jogo fraco, como foram praticamente todos neste Mundial, ganhou a equipa mais feliz. A França apanhou-se a ganhar, mais uma vez através de uma grande-penalidade, e a partir daí limitou-se a gerir o resultado. Não mereceu a vitória mas Portugal também nada fez para obter um resultado diferente. Revelou as carências habituais: grande dificuldade em jogar contra equipas que jogam fechadas no seu meio-campo; sem espaços somos banais, faltam-nos jogadores que criem desiquilíbrios nas defesas contrária - precisávamos de mais Cristianos Ronaldos - e verdadeiros homens de área não temos. Neste jogo, dos jogadores que podem fazer a diferença, só Cristiano Ronado esteve à altura; Deco e Figo ficaram muito aquém daquilo que podem e sabem fazer. Pauleta voltou a falhar (nas grandes competições falha sempre) e esta opção de insistir no açoreano terá sido o grande erro de Scolari ao longo da competição. Custa também a perceber porque razão não foi dada uma oportunidade a Nuno Gomes que nestas alturas costuma dar uma resposta positiva. Mas como todos sabemos Scolari é avesso a mudanças e nesse capítulo não há nada a fazer.
É bom que se diga que esta eliminação não põe minimamente em causa o trajecto da selecção portuguesa que foi a todos os títulos brilhante. Quer o seleccionador quer os jogadores merecem todo nosso respeito e admiração. Fica no entanto a mágoa de podermos ter ido mais longe pois ficou provado que a França estava perfeitamente ao nosso alcance. Com sorte e um pouco mais de ambição talvez estivéssemos agora a festejar a passagem à final. Seja como for não há razão para ficarmos deprimidos. Afinal de contas não é todos os dias que se consegue uma proeza destas. Nós esperámos 40 anos. Dos países com a nossa dimensão, muito poucos aqui chegaram.
Sem comentários:
Enviar um comentário