quarta-feira, novembro 10, 2004

A escola, triste desencanto.

Há muitos anos que não leccionava unificado. Este ano, calhou-me em sorte, tamanho sacrifício. Ao fim de dois meses de aulas, o diagnóstico está feito: os miúdos estão impossíveis de se aturar; o seu interesse pelas actividades escolares é mínimo; não estão na escola para aprender mas sim para transitar de ano. Com o facilitismo que impera neste grau de ensino tal desiderato é praticamente garantido. Sabendo disso, os meninos entretêm-se a passar o tempo a infernizar o juízo dos professores e, estes, periódicamente atulhados em reuniões, discutindo e delineando estratégias que no final do ano se vêm a revelar extremamente pertinentes e bem sucedidas. Estas estratégias assentam numa única premissa: baixar os níveis de exigência até ao limite do possível por forma a que os petizes alcancem o objectivo máximo a que se propuseram. Desígnios que o Ministério da Educação estabelece e que deixam pais e alunos eternamente agradecidos. Até quando os professores aguentarão tamanha bandalhice?

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