quarta-feira, maio 02, 2007

Os comentadores desportivos nacionais

Já não há pachorra para aturar os comentadores portugueses que sempre que vêem uma equipa a perder, imediatamente sugerem substituições e mais substituições porque, pensam eles, só assim se podem virar resultados. Vem isto a propósito do jogo de hoje entre Milan e Manchester em que, logo após o golo dos italianos, Rui Pedro Rocha e Joaquim Rita não se cansaram de criticar Ferguson por não proceder às alterações que eles achavam necessárias para dar a volta aos acontecimentos. O mesmo tinha acontecido no confronto entre Liverpool e Chelsea onde, os comentadores de serviço, também acusaram Mourinho da mesma passividade. Nos jogos nacionais, temos o exemplo de Fernando Santos que invariavelmente tem estes senhores à perna pelo mesmo motivo.
Mas quem é que disse a estes pseudo-especialistas em futebol que o facto de durante um jogo se recorrer ao banco isso significa que a equipa que o faz vai colher frutos dessa situação? Porque carga de água um treinador tem de mudar só porque está a perder? Há algum estudo que indique que as equipas que no decorrer dos jogos procedem a substituições têm ganho mais vezes do que aquelas que não o fazem? Só por curiosidade, no jogo de hoje, logo a seguir à entrada de Louis Saha o Manchester sofreu o terceiro golo. Coincidência ou não, o que é certo é que a entrada do francês não acrescentou nada ao jogo da sua equipa.
É preciso que esta gentinha começe a respeitar mais o trabalho dos treinadores. Estes, melhor do que ninguém, sabem o que têm a fazer e o que é melhor para as suas equipas. Acusá-los constantemente de não saberem ler o jogo (no caso concreto, estamos a falar de dois dos melhores treinadores do mundo pelo que alguma coisa devem saber do seu ofício) é soberba demais, sobretudo quando estamos em presença de pessoas cujos conhecimentos sobre futebol não vão além do "bê-a-bá". Enxerguem-se e calem as matracas que já enjoa.

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