quarta-feira, março 29, 2006

Ninguém pára o Benfica



Os benfiquistas não gostam, mas há que ter sentido de humor e convenhamos que esta até tem a sua graça.

Empate lisonjeiro

Definitivamente os deuses continuam connosco neste Liga dos Campeões. Não me recordo de nenhum jogo em que o Benfica tivesse a possibilidade de chegar ao final da 1ª parte com cinco ou mais golos encaixados. Foram oportunidades clamorosas de golo em que o mais difícil era não concretizar, mas mesmo assim os jogadores do Barcelona conseguiram desperdiçá-las. Bem sei que nalgumas delas o mérito vai todo para Moretto que a defender fez uma exibição absolutamente espantosa (em contrapartida, foi uma lástima a jogar com os pés).
O Benfica entrou muito mal na partida. E não foi só uma questão de nervos, foi também a comprovação das deficiências técnicas dos seus jogadores que face à grande pressão exercida pelo Barcelona rapidamente perdiam a bola, exactamente porque lhes faltava arte e engenho para a manterem na sua posse. E como sem bola não se consegue atacar, o Benfica limitou-se nos primeiros 45’ a tentar dificultar as acções ofensivas do adversário, ainda que, neste capítulo, os encarnados se mostrassem muito pouco eficientes tantas foram as possibilidades que o Barcelona teve para marcar. Em resumo: na 1ª parte o que não faltou ao Benfica foi sorte, muita - mas mesmo muita - sorte!
Para a 2ª parte Koeman tirou L.Robert – que mais uma vez não “esteve” em campo – e colocou Miccoli. Mas o início da 2ª parte trouxe um Barcelona igual ao do 1ºtempo: avassalador e a falhar duas soberanas ocasiões de golo. A partir daqui o Benfica foi-se soltando e nisso o italiano teve um papel importante, pois conseguiu dar mais profundidade ao futebol encarnado. Aproveitando uma menor pressão do adversário o Benfica conseguiu sair mais vezes para o ataque e, numa dessas vezes, Geovanni teve ensejo de marcar. Pouco depois deu-se a entrada de Karagounis. E foi o grego que veio dar outra substância ao futebol encarnado, permitindo que o Benfica finalmente conseguisse equilibrar o jogo. Aumentámos a posse de bola e com isso começámos a aparecer com maior frequência no meio-campo adversário. Numa dessas jogadas de ataque Simão teve o golo nos pés, mas Valdez soube opor-se com mestria. Pelo caminho o Benfica ainda lhe viu ser negado um claro penalti por mão de Tiago Mota. Até ao final ainda houve algumas jogadas de perigo para ambos os lados, mas o resultado manteve-se inalterável.
No Benfica, destaques para as exibições de Moretto (no melhor e no pior); Ricardo Rocha pela excelente marcação que fez a Ronaldinho, obrigando-o a deslocar-se para o centro do terreno na 2ª parte; Léo que só uma vez deixou fugir Larsson e Beto que foi para mim o melhor jogador encarnado: não só a defender ( Deco que o diga!) como também nas saídas para o ataque, revelando-se o jogador mais esclarecido no pior período do Benfica. Pela negativa L. Robert que não se percebe porque continua a merecer a confiança de Koeman: com ele em campo o Benfica fica claramente enfraquecido; Anderson teve fases de grande tremideira, algo que começa a ser frequente nas suas prestações.
Após este empate o Benfica vê as dificuldades aumentarem substancialmente. Enfrentar a melhor equipa do mundo no seu terreno vai ser uma tarefa gigantesca. Se o nervosismo evidenciado pelos encarnados na Luz foi aquele que se viu, imagina-se o que será em Camp Nou. E em Barcelona só um Benfica personalizado e tranquilo pode acalentar algumas esperanças. Em Liverpool precisávamos de um golo. Em Barcelona vamos precisar de dois no mínimo, porque não acredito que o Barcelona em sua casa marque apenas um golo. O meu pessimismo leva-me a recear uma noite idêntica à de Vigo de tão triste memória para os benfiquistas. Um cenário desses pode muito bem acontecer: basta simplesmente que a protecção divina que tanto nos tem acompanhado nesta Liga dos Campeões, não se repita em Barcelona.

terça-feira, março 28, 2006

Benfica vs Barcelona

Aproxima-se a hora do grande embate. Na altura do sorteio prognostiquei uma eliminatória facilmente decidida a favor do Barcelona. Continuo a pensar da mesma forma. Estou convencido que hoje o Barcelona dará um passo decisivo para estar presente nas meias-finais. No pior das hipóteses conseguirá um empate. Apesar de os espanhóis se apresentarem bastante desfalcados na defesa, não me parece que o Benfica tenha argumentos para levar de vencida o seu opositor. Só uma conjugação de vários factores poderia dar a vitória aos encarnados: estes fazerem um jogo perfeito; o Barcelona estar num dia não e os deuses voltarem a estar do nosso lado como aconteceu frente ao Manchester e ao Liverpool. Não sendo assim, esta eliminatória serve apenas para cumprir calendário.

domingo, março 26, 2006

Vitória importante

Foi mais uma exibição pouco conseguida do Benfica mas que valeu os três pontos, graças a um golo madrugador de Nuno Gomes logo nos primeiros instantes da partida. Esta vitória permite aos encarnados uma maior tranquilidade na luta pelo 3º lugar, uma vez que o Sp. Braga fica agora a uma distância de cinco pontos e em desvantagem relativamente aos encarnados, caso as duas equipas terminem o campeonato empatadas. Na partida de ontem valeram os 15 minutos iniciais, período durante o qual o Benfica dominou a partida a seu bel-prazer, jogando um futebol agradável com os seus jogadores mais adiantados em deambulações constantes o que provocou grandes dificuldades na organização defensiva bracarense. Após este período o Sp. Braga equilibrou o jogo, acertando nas marcações e subindo no terreno, sem no entanto incomodar o último reduto encarnado. Na 2ª parte o Sp. Braga procurou ser mais atrevido mas o Benfica teve sempre o jogo controlado. Os bracarenses só conseguiam chegar a área encarnada em lances de bola parada mas sempre sem qualquer perigo. Após a expulsão de Luis Filipe e a lesão de Paulo Jorge, o Sp. Braga perdeu claramente a iniciativa de jogo. O Benfica passou a ter mais espaços, trocou a bola com tranquilidade sem que, contudo, conseguisse dar profundidade ao seu jogo e criasse oportunidades para dilatar a vantagem. No cômputo geral, podemos dizer que acabou por vencer a equipa mais feliz, num jogo em que as oportunidades de golo não surgiram para qualquer dos lados. A sorte que, tantas vezes, tem fugido ao Benfica, esteve desta vez do seu lado.

sexta-feira, março 24, 2006

Olegário Benquerença sempre tinha razão

Afinal o tão proclamado penalti não existiu. Conforme se pode ver, a bola está fora da área quando toca na mão de Pepe. Perante tão esclarecedora imagem o que dirão os sportinguistas?

quinta-feira, março 23, 2006

Sporting fora da Taça

A Taça de Portugal já era, mas a Liga continua perfeitamente ao alcance do Sporting. Escusadas foram as palavras de Paulo Bento ao atribuir a responsabilidade da eliminação à equipa de arbitragem. Já cheira mal este discurso, tantas são as vezes que os técnicos portugueses a ele recorrem para justificarem as derrotas. Se tivessem a mesma atitude quando são beneficiados assistia-lhes o direito de falarem. Assim não!

terça-feira, março 21, 2006

Bastou um golito

E pronto. Mantorras marcou o golo salvador e logo voltou a ser elevado à condição de estrela. A sua cotação deve ter disparado para valores próximos dos 10.000 euros. Quem deve estar satisfeito é LFV que sempre disse que o angolano era um valioso activo do clube. Agora só falta convencer o seleccionador angolano.

Declarações de circunstância

Simão diz que os jogadores do Benfica continuam com os olhos postos no 1ºlugar. Tem graça que eu também. Farto-me de olhar para o topo da tabela classificativa e, infelizmente, não vejo lá o meu clube. E tenho a certeza que, até ao final do campeonato, continuarei a não vê-lo por lá!

segunda-feira, março 20, 2006

São Mantorras foi a chave

Só em período de descontos o Benfica conseguiu levar de vencida o Rio Ave. E perante aquilo que se passou em campo, nada fazia prever que os encarnados tivessem uma vitória tão sofrida. Fizeram uma exibição agradável e não fora o esbanjamento de uma série de oportunidades claras de golo, o Benfica teria construído um resultado bem mais folgado. Esta inoperância na finalização podia ter deitado tudo a perder. E só não deitou porque o árbitro, por indicação do seu auxiliar, anulou indevidamente um golo limpo ao Rio Ave. Espero que este triunfo venha dar alguma serenidade à equipa, uma vez que na próxima jornada o jogo com o Sp Braga pode ser decisivo na luta pelo 3º lugar. E este é um lugar que de forma alguma podemos deixar fugir.

sábado, março 18, 2006

Excelente recuperação

A Naval está imparável. Nos últimos quatro jogos fez 10 pontos o que não deixa de ser prometedor para a ponta final do campeonato. Esta excelente recuperação permite que os figueirenses sonhem com a permanência no escalão maior do nosso futebol. Embora tenha retirado quatro preciosos pontos ao meu Benfica, não deixo de ter um carinho especial por esta equipa. Fazem da humildade a sua imagem de marca e têm um presidente que é dos poucos que consegue ter os ordenados em dia. Força Naval!

quinta-feira, março 16, 2006

Seriam os sadinos

Se tivéssemos eliminado o V. Guimarães iríamos defrontar o V. Setúbal nas meias-finais da Taça de Portugal, e veríamos os nossos rivais F.C. Porto e Sporting a "comerem-se" um ao outro. As hipóteses de chegarmos à final seriam imensas. Acontece que as coisas são como são e a realidade diz-nos que tal não vai acontecer, porque contra todas as expectativas ficámos pelo caminho. E lá se foi a possibilidade de conquistarmos algo esta época ( a Supertaça não conta). Uma lástima!

Vergonha

A prova de que o Benfica está pelas ruas da amargura reside no facto de Vitor Pontes, que até hoje só tem treinado equipas menores, nunca ter perdido com os encarnados. E não são tão poucos jogos quanto isso. Digam-me lá se isto não é motivo suficiente para um benfiquista que se preze se sentir envergonhado? Eu, pessoalmente, sinto-me indignado.

quarta-feira, março 15, 2006

Quem dá o que pode a mais não é obrigado

Domingo tinha sido o adeus definitivo ao campeonato. Hoje foi a vez de nos despedirmos da Taça de Portugal. Dia 28 iniciaremos a despedida da Liga dos Campeões. Ou seja, acabamos a época cedo e mais uma vez sem glória. Se olharmos para os resultados que conseguimos na última década e meia, temos que convir que estamos dentro da normalidade. O anormal foi termos ganho o campeonato na época passada. Para o ano, como tem sido habitual, vamos recomeçar tudo outra vez: treinador novo, uma catrefada de jogadores de qualidade duvidosa, saída de um ou dois jogadores fundamentais e teremos assim reunidas as condições para mais uma época de inêxitos.
Hoje ficou mais uma vez provado que o plantel encarnado não tem qualidade para discutir títulos. Nos dois últimos jogos quase todos os jogadores encarnados foram chamados a mostrar o que valem, e nem vale a pena entrar em apreciações individuais tão mau foi aquilo que a gente viu. A carreira na Liga dos Campeões iludiu muita gente, menos a mim, que desde há muito contesto a qualidade deste plantel. Do meio-campo para a frente a equipa é uma nulidade absoluta. Só não vê quem não quer. E a breve prazo não estou a ver como vamos resolver este problema. O dinheiro não abunda, o "olho" para as contratações também não. Veremos como José Veiga e LFV irão descalçar esta bota.
P.S. - Para o Barcelona, o jogo frente ao Benfica, vai ser uma brincadeira de crianças!

Koeman de saída

A maioria dos adeptos benfiquistas está mortinho para ver Koeman fora do Benfica. Mas contrariamente àquilo que se possa pensar, não serão os dirigentes encarnados a despedi-lo, mas antes o holandês a pedir para se ir embora. E explico porquê. Com a chegada do Benfica aos quartos-de-final da Liga dos Campeões não faltarão clubes interessados nos seus serviços, e se esses convites vierem de ligas mais atractivas, não me parece que Koeman hesite em sair. Nas suas últimas declarações o técnico holandês começa a dar alguns indícios de que está a preparar a sua saída: críticas à forma como as equipas jogam em Portugal; descontentamento face à atitude dos seus jogadores na Liga portuguesa; troca de galhardetes com LFV a propósito de Mantorras; declarações feitas a um jornal espanhol comentando o jogo com o Barcelona contrariando uma decisão interna. Não sendo um indefectível de Koeman, longe disso, confesso que não me agrada a ideia de ver os técnicos encarnados serem substituídos quase todas as épocas. Os resultados estão aí para provar que esta política não tem sido a mais acertada. E tudo leva a crer que este cenário vai voltar a repetir-se, para gáudio de inúmeros benfiquistas que sempre que a equipa perde pedem a cabeça do treinador. Perder-se um campeonato não significa que o treinador tenha feito uma mau trabalho. Além de que é bom não esquecer que em Portugal há sempre três candidatos e só um pode ganhar. Mas fazer entender isto ao adepto português é uma tarefa condenada ao insucesso. Está enraizado na nossa cultura desportiva e não há volta a dar-lhe.

segunda-feira, março 13, 2006

As desculpas esfarrapadas de José Veiga

José Veiga vem mais uma vez a terreiro, desta feita tentando passar a ideia de que o Benfica está na posição em que está por causa dos árbitros. É um registo que lhe é peculiar sempre que as coisas não correm de feição ao emblema encarnado. Não sei quem é que ele pretende iludir com este tipo de afirmações. Bem sei que há muitos benfiquistas que subscrevem esta posição do dirigente benfiquista. Todos aqueles que vêem e sempre viram o dedo da arbitragem nas derrotas do Benfica. Outros há, que entendem que estas afirmações servem apenas para José Veiga sacudir a água do capote, desviar atenções e não assumir os seus próprios erros, nomeadamente as falhas na construção do plantel que, essas sim, contribuiram e muito, para a prestação menos positiva do Benfica na Liga portuguesa. Confesso que estou curioso em saber o que irá dizer este senhor, quando, no final da época, se fizer o balanço desportivo.

domingo, março 12, 2006

O 3º lugar é agora o objectivo

Tendo em conta o que o Benfica tem feito ao longo do campeonato, o resultado frente à Naval acaba por ser normal. As más exibições sucedem-se em catadupa e inevitavelmente os maus resultados aparecem com naturalidade. A diferença de atitude entre os jogos europeus e os nacionais é gritante, não se percebendo a falta de vontade que os jogadores denotam nas partidas do campeonato. Esta noite até à expulsão de Franco os encarnados não fizeram absolutamente nada. Foram uma nulidade completa. Não correram, não lutaram, limitaram-se a deixar correr o tempo à espera que um golo caísse do céu. Só nos últimos 30' é que os jogadores se empertigaram e tentaram fazer alguma coisa para ganhar o jogo. Mas aí falou mais alto a azelhice de alguns jogadores ao falharem clamorosas oportunidades de golo que de forma alguma podem ser desperdiçadas. A arbitragem também não ajudou ao não marcar um clamoroso penalti a favor do Benfica, mas a verdade é que jogar contra 10 jogadores durante 30' minutos e perante uma equipa claramente inferior, não nos podemos desculpar com erros de arbitragem por muito que eles tenham existido. Não é por culpa dos árbitros que não estamos à frente do campeonato. O problema reside, como reconhece o próprio Koeman, na grande dificuldade que o Benfica tem em jogar contra equipas que assentam o seu futebol numa defesa porfiada. E tem dificuldade, digo eu, porque o plantel está carenciado de jogadores que construam jogo, que criem desiquilíbrios no meio-campo a que se junta a falta de avançados com poder de finalização. Somos uma equipa que tem no contra-ataque a sua principal arma, mas que manifesta enormes dificuldades em jogar em ataque continuado. E com este handicap muito dificilmente poderemos aspirar a ganhar uma Liga, onde a maioria das equipas joga fechada no seu meio-campo. Não é por acaso que F.C. Porto e Sporting vão à frente. São eles que discutem o título, porque do meio-campo para a frente são as equipas com mais qualidade.
Este final de época vai ser muito melindroso para o Benfica. É bom que os jogadores tenham consciência que o 3º lugar tem de ser conquistado a todo o custo, porque só assim podemos chegar à Liga dos Campeões. E isso não vai ser fácil, dado que o Sp. Braga aparece bastante determinado a lutar pelo mesmo objectivo.

sábado, março 11, 2006

F.C. Porto já venceu, Sporting prepara-se para vencer

O F.C. Porto já cumpriu o seu objectivo, indo a Setúbal arrecadar mais três pontos e dando mais um passo na direcção do título. O Sporting enfrenta hoje, não o Boavista, mas um "Boavistinha" já que os axadrezados jogarão em Alvalade sem quatro dos seus principais jogadores: os dois defesas-centrais titulares; Tiago, a referência do meio-campo e João Pinto, apenas e só o melhor jogador da equipa. Com todas estas contrariedades o Sporting tem a tarefa bastante facilitada num jogo que em condições normais teria bastante dificuldade em vencer. Os três pontos serão assim, ao que tudo indica, conquistados facilmente.

sexta-feira, março 10, 2006

Sorteio da Liga dos Campeões

Desta vez a sorte foi madrasta. O Barcelona é talvez, por esta altura, a melhor equipa europeia o que significa que as hipóteses de qualificação para o Benfica são muito reduzidas. O clube espanhol tem passeado no campeonato do seu país e nesta Liga dos Campeões já deixou o Chelsea pelo caminho, o que diz bem do seu potencial. Constituído por um conjunto de estrelas das quais se destacam Ronaldinho Gaúcho (a sua principal figura), Eto, Deco e Messi para além de outros jogadores de reconhecida capacidade futebolística, o Barcelona tem nesta eliminatória todo o favoritismo do seu lado. O Benfica, se quiser vencer, terá de jogar no limite das suas capacidades, fazer dois jogos perfeitos e esperar que o Barcelona não esteja ao seu melhor nível. Se a nível desportivo o sorteio não podia ter sido pior, já em termos financeiros foi óptimo, uma vez que o 1º jogo se realiza na Luz e isso dá-nos a garantia de lotação esgotada.

quinta-feira, março 09, 2006

Benfica faz história

Memorável vitória encarnada ontem em Liverpool. Sim, porque não é todos os dias que se elimina o campeão europeu, derrotando-o na sua própria casa e no desfecho da eliminatória se consegue um score favorável de 3-0. Não é para todos, muito menos para os clubes portugueses que até ontem nunca tinham conseguido desfeitear o Liverpool, em Anfield Road. Só por isto dá para ter uma ideia da dimensão desta vitória. Para o Benfica este feito torna-se ainda mais importante porque desde há muito anos que o clube não se via nestas andanças, nomeadamente numa fase tão adiantada da Liga dos Campeões. Seria bonito que esta vitória significasse o renascer do Benfica europeu, algo a que o seu historial obriga e que os adeptos tanto anseiam. Vontade não falta ao nosso presidente. Veremos se estes desejos se concretizam e voltaremos a ter o Benfica na alta roda do futebol europeu.
O Benfica acabou por superar as melhores expectativas. Estou em crer que poucos acreditavam no sucesso da equipa, ainda para mais quando se soube que Petit não iria jogar. Verdade se diga que a sua ausência pouco se fez notar, tal a atitude posta em campo pelos seus colegas. Não houve um único jogador encarnado que pisou o relvado de Liverpool que não se comportasse como um verdadeiro campeão. Foram sobretudo brilhantes na atitude, na forma abnegada como se entregaram à luta e na inteligência táctica com que souberam posicionar-se em campo. E neste particular Koeman esteve à altura dos acontecimentos: sagaz na forma como colocou as suas pedras em jogo bem como na forma como foi intervindo no jogo, acertando nas substituições e no timing em que elas deveriam ser feitas.
O Liverpool iniciou o jogo instalando-se no meio-campo do Benfica, não com a acutilância esperada mas, ainda assim, criando algumas oportunidades que não conseguiram concretizar, umas vezes por manifesta infelicidade dos seus jogadores, outras, graças a excelentes intervenções de Moretto e da defesa encarnada. Durante este periodo que durou cerca de 20', o Benfica chegou e tremer mas conseguiu não soçobrar. A partir daqui o Benfica, superado que foi o nervosismo inicial, conseguiu a pouco e pouco sacudir a pressão, assentar o seu jogo e aqui e ali começou a importunar o último reduto do adversário. Isto teve o condão de refrear os ímpetos ofensivos dos ingleses que se mostraram sempre receosos do contra-ataque encarnado. A subida no terreno permitiu que Geovanni numa jogada de insistência roubasse a bola a Carragher, a endossasse a Nuno Gomes que por sua vez a colocou nos pés de Simão e este num golpe de génio desferiu um remate em arco ao qual Reina não soube responder. Este golo veio dar ainda mais tranquilidade ao conjunto encarnado e, ao invés, uma enorme machadada nas aspirações do Liverpool que se via na obrigação de marcar, pelo menos, 3 golos. Se os ingleses já denotavam dificuldades na organização das jogadas ofensivas, a partir do golo sofrido o seu futebol passou a ser bastante previsível com sucessivos cruzamentos para a cabeça de Peter Crouch, o que facilitava a tarefa à defensiva encarnada que de frente para a bola, lá ia resolvendo os lances com maior ou menor dificuldade. E assim se chegou ao intervalo. Na 2ª parte os ingleses mantiveram a mesma toada, abusando do futebol directo mas encontrando na defesa encarnada uma muralha praticamente intransponível. Neste particular, Luisão e Anderson constituiram-se como elementos cruciais pela forma eficaz como anularam os pontas-de-lança do Liverpool. A meio da 2ª parte, Koeman, revelando uma óptima leitura das incidências do jogo, fez entrar Karagounis e aí o futebol encarnado ganhou outra dimensão: maior segurança no passe e no controlo da bola, o que permitiu que o Benfica se atrevesse mais nas acções ofensivas. Mais tarde colocou Ricardo Rocha que veio dar ainda mais segurança à defesa enquanto a entrada de Miccoli acabou por revelar-se decisiva, dado que o italiano acabou por marcar o 2º golo e acabou de vez com as pretensões do Liverpool.
Agora nos quartos-de-final esperemos que o sorteio nos seja favorável. É que das equipas ainda em compita, há algumas claramente indesejáveis. Barcelona, Juventus e Milão são adversários do mais alto quilate que não nos convinha nada apanhar pela frente. O próprio Lyon é uma equipa muito complicada, provavelmente um dos mais sérios candidatos à vitória final. Sobram Arsenal, Inter e Villareal. Arsenal e Inter são conjuntos com grandes valores individuais, é certo, mas que têm falhado como colectivo e, por isso, também se podem constituir em adversários ao alcance do Benfica. Ainda assim, de entre estes três, prefiro os espanhóis com quem já medimos forças e provámos que em nada lhes somos inferiores. Seja quem for que nos calhe em sorte, o Benfica não tem nada a recear, pois o principal objectivo foi alcançado. A eliminação do Liverpool já foi um bónus, pelo que a próxima eliminatória deve ser encarada com tranquilidade, sem que isso signifique falta de ambição de vencer.

quarta-feira, março 08, 2006

Que raio de azar!

Soube agora da triste notícia de que Petit não pode jogar esta noite. É uma lástima. Sem ele as possibilidades de êxito reduzem-se drásticamente. E só não digo que a eliminação é um facto, porque a bola é redonda e, às vezes, tudo pode acontecer. Mas que fiquei com a esperança praticamente reduzida a zero, lá isso fiquei. De tal maneira que se calhar já nem vou ver o jogo.

Corações ao alto

Hoje todas as atenções dos benfiquistas estarão viradas para Liverpool, onde o Benfica irá jogar cartada decisiva na Liga dos Campeões. Prevêem-se 90' (ou talvez mais) de grande sofrimento. Os ingleses irão por certo entrar a todo o gás na tentativa de cedo anularem a desvantagem trazida de Lisboa. Esses primeiros minutos vão ser muito importantes e poderão ser decisivos no desfecho da eliminatória. Veremos como os jogadores encarnados irão resistir ao inferno de Anfield Road. Não vai ser fácil, até porque alguns destes jogadores não estão habituados a jogar perante um ambiente tão adverso e, ainda por cima, frente a uma equipa poderosa. Estou-me pouco borrifando para a equipa que Koeman irá apresentar. Sejam eles quais forem, só espero é que entrem em campo jogando aquilo que sabem e que se deixem de tremideiras, porque elas só atrapalham. A partir daí, é entregarem-se ao jogo de alma e coração e esperar que os deuses venham a estar connosco mais uma vez (volto a invocar os deuses porque nas últimas vezes tem dado sorte e vai daí não se perde nada em tentar de novo). Uma última ideia: Koeman é capaz de jogar em Liverpool a sua continuidade como treinador na próxima época.

domingo, março 05, 2006

Miccoli entrou e revolucionou

Sorte, muita sorte, é o que se pode dizer da vitória do Benfica na Reboleira. Se há jogos em que os encarnados não mereciam ganhar, este foi sem dúvida um deles. A haver um vencedor nesta partida, este só poderia ter sido o Estrela da Amadora uma vez que foi a equipa que melhor futebol praticou e aquela que desfrutou das melhores oportunidades de golo. Já o Benfica foi uma enorme desilusão, mormente na 1ª parte, com os seus jogadores a entrarem no jogo, sem querer, sem garra, e a praticarem um futebol de fraquíssimo nível. Valeu o golo de Laurent Robert logo no início da 2ª parte, caso contrário, muito provavelmente, estaríamos aqui a comentar mais uma derrota encarnada. Pensava eu que após o golo do francês as coisas melhorariam mas enganei-me. É verdade que os jogadores encarnados começaram a correr mais, mas sem que isso tivesse significado uma grande melhoria no futebol praticado. Continuámos a dar muito espaço para o Estrela trocar a bola com à vontade e segurança; as saídas para o ataque eram feitas de forma lenta e atabalhoada - raramente conseguíamos fazer mais do que três passes seguidos - e a criação de desiquilíbrios na defensiva contrária era coisa que não existia. Só depois da entrada de Miccoli e de Manduca, é que os encarnados se dignaram começar a jogar. Viu-se finalmente a equipa a construir jogo e a criar embaraços na defensiva contrária, e já perto do final da partida, com muita sorte à mistura, Miccoli lá arrancou o golo que nos deu os três pontos e a possibilidade de mantermos a chama viva no que concerne à luta pelo título.
Do lado encarnado, poucos jogadores merecem uma nota de destaque. Léo voltou a ser um exemplo para os seus colegas pela forma abnegada como se entrega à luta e pela qualidade do seu jogo; Miccoli foi a figura principal da equipa, não só pelo golo decisivo que marcou, mas, também, pelo facto de em 30' ter rematado mais do que todos os seus colegas durante os 90'. Em contrapartida, tivemos um Moretto que tarda em mostrar as qualidades que o fizeram vir para a Luz (responsabilidades no golo sofrido e mais umas quantas intervenções a deixarem os adeptos encarnados em sobressalto); Karagounis não conseguiu ser o coordenador do futebol ofensivo da equipa e L. Robert voltou a facturar, embora continue a evidenciar uma lentidão deveras exasperante.
Uma nota para a equipa de arbitragem. Paulo Costa esteve mal, muito mal, ao não punir uma entrada assassina de Paulo Machado sobre Petit logo aos 3', enquanto os seus auxiliares penalizaram em demasia o Benfica com foras-de-jogo mal assinalados.

sexta-feira, março 03, 2006

Final na Reboleira

Mais uma final aguarda o Benfica amanhã na Reboleira. Escusado será dizer que os encarnados não podem perder pontos, pois todos sabemos que qualquer resultado que não seja a vitória, significa o adeus ao título. O Estrela da Amadora afigura-se um adversário complicado, não só porque está numa posição difícil e precisa de angariar pontos, mas também porque tem feito a vida negra aos clubes que o visitam, que o diga o F.C. Porto que saiu de lá derrotado. O próprio Sporting não guarda boas recordações dos amadorenses que o desfeitearam em Alvalade. Ora tudo isto somado, são motivos mais do que suficientes para que os jogadores encarnados estejam alertados para as dificuldades que os esperam. Deseja-se uma atitude idêntica aquela que tiveram frente ao F.C. Porto, porque só desse modo poderão pensar em vencer. Espero que Koeman mantenha a mesma estrutura que apresentou na última jornada, com a excepção óbvia de Simão que não poderá estar presente por força do jogo de castigo que tem de cumprir. Para o seu lugar colocaria Manduca em apoio a Nuno Gomes, o homem mais adiantado no terreno. A alternativa Marcel, parece-me pouco apropriada, dado que o Benfica tem-se dado mal quando joga com dois pontas-de-lança. Em equipa que ganha não se mexe, pelo que esse deve ser o princípio a seguir pelo holandês.

quarta-feira, março 01, 2006

Vitória natural

Portugal fez uma exibição q.b., o suficiente para ganhar a um adversário pobre como foi esta Arábia Saudita. Num relvado em péssimo estado, valeram os últimos 25 minutos da 1ª parte em que a nossa selecção conseguiu produzir um futebol de qualidade. No resto do tempo pouco de positivo há a registar. Cristiano Ronaldo foi o jogador em destaque ao apontar dois golos, enquanto Quaresma que tinha aqui a sua prova de fogo, desiludiu em toda a linha. É verdade que o jogador portista tem brilhado na Liga portuguesa, mas também não é menos verdade que nos confrontos internacionais as suas exibições ficam quase sempre aquém das suas capacidades. Scolari vai ter a última palavra, mas ao que tudo indica não vai ser fácil a sua integração.