domingo, maio 29, 2005

"Dobradinha" por um canudo

Aconteceu Taça. O V.Setúbal foi um justo vencedor perante um Benfica que julgou que as camisolas ainda ganham jogos. Enquanto os setubalenses se esfarraparam para ganhar, os jogadores encarnados entenderam que bastava jogar a meio gás para vencerem a partida. A humildade, o empenho, a garra que revelaram na última fase do campeonato desta vez, ficaram em casa. A ajudar à festa esteve Trapattoni que decidiu inventar ao colocar Moreira e Fyssas (em especial este) em campo. De uma assentada mexeu-se em toda a estrutura defensiva. Um erro crasso que um treinador com a sua experiência e gabarito estava impedido de cometer. Tentou inverter a situação já na 2ªparte, numa clara assumpção do disparate cometido, colocando Dos Santos em detrimento do grego, mas já foi tarde. Não se percebe também esta mania que alguns treinadores têm, de em finais da Taça jogarem com o guarda-redes suplente. Esta experiência tem saído cara a muitos deles, mas estes continuam a insistir no erro. Até parece que a Taça é um troféu menor que não merece ser conquistado. Se tem um carácter de jogo amigável que o assumam frontalmente. Defraudar as expectativas dos sócios com brincadeiras deste calibre é que não é de todo admissível.

sábado, maio 28, 2005

Agradecimentos de um benfiquista

Com a devida vénia aqui vai este naco de boa prosa.
Agradeço:
- A todos que enviaram imagens de sofás e cadeirões, dizendo: "Queres ser campeão? Então, espera sentado". Foi um bom conselho. Isso de esperar 18 ou 19 anos dá experiência nestes assuntos.
- A todos os que enviaram avisos sobre possíveis doenças transmissíveis pelo "mofo" acumulado desde 1993. Não se preocupem, pois Portugal já passou por epidemias piores, nomeadamente os 18 e 19 anos acima referidos. Mas como o agradecimento é sincero, fica uma sugestão: Rennie ou Kompensan para a azia.
- A todos os que mandaram o aviso de que tinham problemas na versão Word 1.0 de 93/94, que não conseguiam escrever "Benfica Campeão". A grande maioria dos portugueses reportaram o facto à Microsoft, que prontamente desenvolveram a aplicação "1 - 0" versão 04/05, pelo que já podem escrever as tão desejadas palavras, que não irá ocorrer qualquer problema.
- A todos que enviaram o vídeo do Gato Fedorento, "O adepto de Benfica". É um grande momento de humor. Embora continuemos a querer ganhar por "quinze a jero", conclui-se mais uma vez, que não é necessário ganhar com algumas goleadas para ser campeão (a outra foi na longínqua época do treinador John Mortimore), e este ano deixámos esse feito para o Nacional da Madeira.
- A todos os que enviaram menus de restaurantes com "Salada Russa", após a eliminação do Benfica pelo CSKA (tivemos azar...apanhamos os russos mo inicio da UEFA, houve quem tivesse mais sorte e só os apanhou no fim). Esqueceram-se que a referida salada se serve fria!!
- Ao Ricardo A. Pereira - do Gato Fedorento - por ser benfiquista e nos fazer rir muito, com as suas actuações. É sem dúvida, dos melhores de Portugal.
- Ao facto de o Mourinho ter saído do FCP. Foram menos 20 pontos, em relação à época passada. De facto, um grande treinador, que transforma o mediano em óptimo.
- Ao Pitbull, ao Leandro, ao Areias, ao Leo Lima, ao Fabiano Fabuloso, ao Pepe, ao Claudio, ao Del Neri e ao Luiz Fernandez.
- Ao Trapattoni, que nos fez ganhar o campeonato, mesmo piorando 9 pontos, em relação ao ano passado. Isto apesar de termos sido eliminados da UEFA pelo vencedor desta prova, para quem não sabe, o CSKA " a melhor equipa que defrontamos esta época".
- Ao Peseiro, pela frase acima referida.
- Aos russos que a 18 de Maio, gritaram "Viva o Benfica".
- Ao Luisão que, em Janeiro, após a derrota com o Beira-Mar afirmou: "Em Maio vamos ver quem festeja!". Ele tinha razão. Foi o marcador de um dos golos mais decisivos dos últimos tempos.
- Ao fantasma da Luz, que após ter feito um penalty sobre o Jardel, na época 2001/2002, redimiu-se e fez a falta sobre o guarda-redes do Sporting, no dia 14 de Maio, na Luz.
- Ao Manolo Vidal (que considerou legal o golo do Benfica) e ao Soares Franco, que afirmou: "Não temos nada a reclamar em relação ao golo." (declaração logo após o jogo na Luz). Finalmente alguém conseguiu tirar o filtro verde do televisor.
- Ao Pampilhosa, por não estar na Taça de Portugal, na altura em que se disputava a 33ª Jornada, o que impediu novamente a "limpeza" de cartões amarelos (alguém poupou 15.000 euros).
- À Bandeira de Portugal, que nos vai emprestar as Quinas para os equipamentos.

Volvidos 40 anos, Benfica e V. Setúbal voltam a encontrar-se

É já amanhã que mediremos forças com o V. Seúbal para ver qual de nós leva a Taça para casa. Se formos nós a conquistá-la, será a 25ª, precisamente o dobro das taças conquistadas por Sporting e F.C.Porto...juntos! Seria a possibilidade de fazermos a dobradinha e fecharmos com chave de ouro esta época futebolística. Não se esperam facilidades para os lados da Luz, pois para a maioria dos jogadores setubalenses esta será, porventura, a única hipótese de na sua carreira desportiva vencerem uma prestigiosa prova nacional, ainda por cima, disputada num palco mítico como é o Estádio do Jamor. Pede-se, por isso, aos jogadores encarnados, que joguem com raça e determinação porque só dessa forma a Taça poderá ser nossa. Nada de subestimar o adversário porque nestes jogos a vontade de ganhar é meio caminho andado para a vitória e, neste particular, os sadinos têm-na em doses muito elevadas. Cumpram à risca o vosso papel porque os adeptos, esses, os benfiquistas, vão cumpri-lo com certeza: estádio vestido de vermelho e a vibrar pelo Benfica.

quinta-feira, maio 26, 2005

Os obreiros da vitória (7)

Os adeptos: também eles tiveram uma quota parte no êxito encarnado pelo apoio que prestaram à equipa, fundamentalmente no terço final do campeonato, em que se revelaram inexcedíveis. Nesta fase responderam afirmativamente aos apelos do presidente e jogadores, e marcaram presença massiva em todos os campos por onde o Benfica jogou, pintando as bancadas de vermelho, tal era a ânsia de verem o seu clube campeão. Isto permitiu ao Benfica entrar em campo sempre rodeado de um ambiente de enorme euforia, o que por um lado, gerou, por vezes, grandes níveis de ansiedade nos jogadores, por outro, deu-lhes a força necessária para ultrapassar as dificuldades que se lhes depararam. Os festejos que se seguiram à conquista do título vão ficar para a história, pela forma como os adeptos exultaram com a vitória dando uma ideia clara da força e dimensão da família benfiquista.

Os obreiros da vitória (6)

Os jogadores: dos três grandes o Benfica era o que tinha o plantel mais fraco, o que apresentava menos soluções, e isso foi bem visível quando nos tivemos que defrontar com uma série de lesões nos nossos principais jogadores (nessas alturas a equipa via-se e desejava-se para responder aos desafios) ; contudo, os nossos jogadores, contrariando as melhores expectativas, souberam fazer das fraquezas forças, trabalhando árdua e afincadamente, demonstrando um inegável espírito de equipa e entreajuda factores que se revelaram fundamentais na conquista do título. Ao longo do campeonato há a destacar a prestação de Manuel Fernandes que foi a maior revelação do plantel, fazendo esquecer Tiago; Simão que nos primeiros 2/3 do campeonato foi o nosso abono de família; Petit pela sua constância exibicional; Ricardo Rocha e Luisão dois baluartes na defesa e Mantorras que apesar dos poucos minutos jogados, acabou por ser decisivo nalguns jogos e nos permitiu manter acesa a chama do título. Desilusões tivemos algumas: Paulo Almeida que vinha bem rotulado e acabou por se revelar um jogador completamente incapaz; Carlitos que, quanto a mim tem capacidades para singrar, mas é muito frágil psicológicamente; Fyssas que decaíu imenso face ao que fez na época passada; Everson que do pouco que deu para ver não se consegue perceber a sua contratação; Karadas trabalhador incansável mais muito pouco dotado técnicamente; Nuno Gomes embora fustigado por lesões há muito que deixou de ser o jogador influente doutros tempos, valendo-lhe a falta de alternativas no plantel.

Os obreiros da vitória (5).

Departamento médico: não sendo uma área sobre a qual me sinta à vontade para fazer juízos de valor por manifesta incapacidade, recorro-me das palavras de reconhecimento dos treinadores e jogadores que teceram rasgados elogios a todo o staff médico; trabalho não lhes faltou dadas as inúmeras lesões de que foram alvo alguns dos nossos jogadores mas sempre souberam dar conta do recado; de assinalar a recuperação de Mantorras que todos julgavam perdido para o futebol e da qual o grande responsável terá sido Rodolfo Moura, o enfermeiro talismã que já passou pelos três grandes, com a particularidade de ganhar campeonatos em todos eles.

Os obreiros da vitória (4).

Luís Filipe Vieira: não será um presidente que granjeie grandes simpatias junto dos adeptos benfiquistas, como por exemplo, Borges Coutinho no passado (a grande referência dos presidentes encarnados), mas o que é certo é que à custa de muito trabalho e dedicação, conseguiu tirar o clube do pântano em que estava atolado. A crise económica e financeira ainda está longe de ser debelada mas pelo menos já temos a cabeça de fora. Foi o primeiro a estabelecer o objectivo de sermos campeões nacionais e revelou-se premonitória a sua convicção de que iríamos consegui-lo no Bessa.

quarta-feira, maio 25, 2005

Os obreiros da vitória (3).

Álvaro Magalhães: o técnico adjunto representa fielmente a mística encarnada. O papel preponderante que desenvolveu durante a época, ficou bem traduzido no sentido abraço que Trapattoni lhe deu no final do encontro, no Bessa, como reconhecimento do apoio e da lealdade que ele sempre lhe soube manifestar. A forma intensa como vive os jogos são uma prova evidente da sua ambição, da sua vontade de ganhar, do seu espírito "antes quebrar que torcer", faceta que já lhe conhecíamos dos seus tempos de jogador. Pelo seu benfiquismo, pelo seu inegável valor como profissional e profundo conhecedor do futebol português, esperemos que a sua influência na equipa técnica (caso venha um novo treinador) não venha a ser secundarizada como o foi no tempo de Camacho o que, a meu ver, constituiria um erro de palmatória.

terça-feira, maio 24, 2005

Os obreiros da vitória (2).

José Veiga: quanto mais não fosse, o simples facto de ter sido ele o responsável pela vinda de Giovanni Trapattoni, já o elevaria à condição de elemento fundamental na conquista do título; acresce o papel fulcral que desempenhou na blindagem do balneário, na óptima relação que foi estabelecendo com os jogadores ao longo da época ( mesmo com aqueles que lhe torciam o nariz no início da temporada), no apoio e confiança que sempre foi transmitindo ao treinador italiano (como aliás, este bem realçou) e, ainda, no espírito de conquista que revelou ao assumir desde o início que o Benfica iria conquistar a Superliga. Pela negativa pode-se "acusá-lo" de em matéria de contratação de jogadores pouco ter acertado, mas aí, tendo em conta as finanças do clube, era difícil fazer melhor. Ao que parece por desinteligências com LFV, prepara-se para sair. Enquanto benfiquista desejo-lhe as maiores felicidades e estou-lhe grato pelo bom trabalho que desenvolveu no clube.

Os obreiros da vitória (1).

Na minha opinião, o principal responsável pela conquista da SuperLiga foi Giovanni Trapattoni que graças à sua experiência e sagacidade conseguiu fazer de um plantel pobre, uma equipa capaz de discutir o título palmo a palmo com os seus mais directos adversários, FCP e SCP (ambos possuidores de plantéis muito mais valiosos),acabando, no final, por superá-los. Contra todas as expectativas, acusado não poucas vezes de ser um treinador demasiado defensivo, soube espremer ao máximo as capacidades dos seus jogadores, pô-las ao serviço do colectivo, e com isso reunir as condições indispensáveis que nos levaram ao êxito. Estou mesmo convencido que outro treinador dificilmente faria melhor. Um treinador ofensivo, com esta equipa, provavelmente nem um lugar nas provas da UEFA conseguiria alcançar. Face a todos os condicionalismos por que passa o Benfica, Trapattoni terá sido a escolha ideal para comandar a equipa encarnada na presente época. O melhor elogio que se pode fazer à "velha raposa" é que chegou, viu e venceu, algo de que não se podem orgulhar outros treinadores bem conceituados que passaram pela nossa grandiosa instituição.

segunda-feira, maio 23, 2005

Obrigado Benfica.

Finalmente acabou. E acabou da forma que nós benfiquistas mais desejávamos: a conquista do 31ºCampeonato Nacional. Depois de longos anos sem ganhar, depois de muitas frustações acumuladas, depois de frequentemente enxovalhados por parte dos nossos adversários, depois de muitas noites de insónias, valeu a pena todo este sofrimento até à última jornada, pois fomos devidamente recompensados com este título tão ansiosamente ambicionado. Foi indescritível a forma como a nação benfiquista, após o jogo de ontem, extravazou todas as sua emoções contidas: em Portugal e nas mais variadas partes do mundo, os adeptos encarnados manifestaram o seu imenso regozijo, comemorando das mais variadas formas, com exuberância, mas sempre com grande correcção, não hostilizando ninguém, dando uma lição de civismo e desportivismo que nos enche de orgulho. Neste particular, as declarações de LFV, no Bessa, foram um exemplo de dignidade e saber estar algo que uns quantos energúmenos membros da claque portista não souberam ter, ao intimidarem e agredirem alguns benfiquistas que na Avenida dos Aliados apenas pretendiam celebrar a conquista do campeonato. Felizmente foi a única nódoa na noite encarnada.
Se dúvidas subsistissem quanto à força do Benfica, ela ficou amplamente demonstrada nos milhões (sim, milhões!) de pessoas que em Portugal e além-fronteiras, comemoraram o feito do seu clube do peito. Ver Lisboa, desde o Saldanha ao Rossio, repleta de apaniguados benfiquistas com certeza que emocionou o coração mais empedernido; ver 50 a 60 mil adeptos num estádio (na sua grande maioria jovens, o que deita por terra a teoria de que o Benfica andava a perder adeptos nas camadas jovens), durante largas horas, na véspera de um dia de trabalho e, mesmo assim, não arredando pé, esperando a chegada dos seus ídolos para os vitoriarem, é algo que ficará para sempre gravado na minha memória. Nem por alturas do Europeu do ano passado se assistiu a semelhante adesão popular.
Salvé SLB, por esta imensa alegria que me proporcionaste.

sexta-feira, maio 20, 2005

Nunca mais é domingo.

Todos nós temos uma faceta optimista e outra pessimista. No meu caso prevalece a última. Daí que esteja bastante apreensivo e ansioso quanto ao que irá ocorrer domingo no Bessa onde o meu clube jogará a decisão do título. O Boavista sempre se constituiu para o Benfica, num adversário extremamente difícil de contrariar, especialmente quando os defrontamos no seu reduto. Neste particular, o historial de resultados é-nos francamente desfavorável. Se a isto juntarmos a responsabilidade do desafio para as nossas cores, estamos conversados. Contrariamente ao que muitos possam pensar, mesmo sabendo-se que os boavisteiros do ponto de vista desportivo não têm nada a ganhar ou a perder (ressalve-se a parte financeira e aí certamente o FCP dará um contributo generoso), estou convicto que tudo farão para derrotar o Benfica quanto mais não seja porque não querem ser acusados de serem meros parceiros numa eventual festa encarnada. Espero que os jogadores encarnados tenham a noção clara desta realidade. É crucial que tenham consciência que muita coisa está em causa neste derradeiro jogo do campeonato: por um lado, a possibilidade real de ficarem na história do clube e do futebol português; por outro lado, o próprio futuro do clube pode ficar hipotecado, facto devidamente acentuado por LFV que não se tem cansado de dizer o quanto a vitória na SuperLiga é importante na consolidação e desenvolvimento do seu projecto; e por último, mas não menos importante, imagine-se a tremenda desilusão que um eventual inêxito provocaria na nação benfiquista, depois de todo o apoio que têm dado e da crença instalada de que é este ano que vamos ser campeões.

quarta-feira, maio 18, 2005

Uma semana para esquecer.

O sonho era lindo mas esfumou-se. No espaço de quatro dias, o Sporting deixa fugir de forma inglória a SuperLiga e a Taça UEFA. Uma época que poderia ter sido brilhante acaba num verdadeiro pesadelo, com todos os sportingistas, certamente a questionarem-se como tudo isto foi possível de acontecer. Nada fazia prever um final tão dramático, quando ao longo da época a equipa leonina foi demonstrando cabalmente a sua valia, revelando ser o conjunto que em Portugal praticava o melhor futebol, merecendo, por isso, os mais rasgados elogios dos vários quadrantes futebolísticos. Acontece porém, que no futebol nem sempre ganha a melhor equipa. É exactamente nesta possibilidade, de quem joga pior poder ganhar, que reside um dos maiores fascínios desta modalidade apaixonante.
O Sporting teve uma entrada de leão, acantonando os russos na sua defensiva e com isso foi criando condições para se colocar em vantagem no marcador, o que veio a acontecer por volta dos trinta minutos. Os russos tiveram dificuldade em reagir, limitando-se a aguentar a pressão do seu adversário e apenas criando uma clara oportunidade de golo já perto do final da 1ªparte por Wagner Love. Após os primeiros minutos da 2ªparte, os russos começaram finalmente a desenvolver as suas temíveis jogadas de contra-ataque. Num lance de bola parada em tudo semelhante àquele em que marcaram o golo na Luz, voltaram desta feita a repeti-lo em Alvalade, com o mesmo sucesso. Após este golo, os jogadores leoninos começaram a revelar algum desgaste físico o que foi aproveitado pelo CSKA que num contra-ataque venenoso desfeiteou mais uma vez o guarda-redes Ricardo. O momento crucial do desafio deu-se quando Rogério de uma forma incrível e manifestamente infeliz, não conseguiu empatar a partida e, no momento seguinte, os russos, em mais um contra-ataque conseguem o 3ºgolo. Foi um enorme balde de água gelada do qual os leões já não tiveram força nem clarividência para reagir.
Para a história fica um CSKA demasiado calculista que apostou tudo na sua principal arma, o contra-ataque, e com isso conseguiu o sucesso. O Sporting, por sua vez, não soube explorar da melhor forma as fraquezas defensivas do conjunto russo, claudicou em termos físicos e anímicos, e José Peseiro não está isento de culpas, pois cometeu equívocos na abordagem e condução do jogo, pecando também na demora nas substituições que não foram a meu ver as mais ajustadas.

terça-feira, maio 17, 2005

Tenham vergonha na cara.

Tendo em conta o que todos nós vimos, tendo em conta o que os especialistas em arbitragem disseram, tendo em conta o que disseram dirigentes leoninos, como Manolo Vidal e Filipe Soares Franco, as recentes declarações de Ricardo e do seu presidente Dias da Cunha invocando a ilegalidade do golo de Luisão, roçam o ridículo. Ambas, ainda que por motivos diferentes, não surpreendem: Ricardo procurando desresponsabilizar-se de um erro que deitou por terra as aspirações sportinguistas, vindo agora dizer que foi empurrado quando na altura reclamava junto do árbitro que o golo tinha sido obtido com a mão do jogador encarnado; Dias da Cunha demonstra mais uma vez a sua falta de sensatez e de fair-play: contam-se pelos dedos de uma só mão, as vezes que este sujeito não justificou as derrotas do seu clube sem culpar a arbitragem.

domingo, maio 15, 2005

A Taça de Portugal já cá canta.

Os meus parabéns aos futsalistas encarnados por nos terem dado hoje mais uma alegria, ao conquistarem a Taça de Portugal, vencendo na final o Boavista por concludentes 4-1. Foi uma vitória esperada atendendo à diferença de valor entre as duas equipas. Agora segue-se o play-off do Campeonato onde o Benfica é, seguramente, um dos principais candidatos à vitoria final.

A um ponto da vitória na SuperLiga.

A vitória, o resultado que todos nós benfiquistas ambicionávamos, foi conseguido. Esta só foi alcançada, porque os nossos jogadores puseram em campo os requisitos que são fundamentais a quem quer ganhar: atitude competitiva, empenho, sofrimento, entreajuda e capacidade de superação. Respeitadas esta premissas fomos à procura da sorte sem a qual ninguém é campeão. Não esperámos que ela viesse ter connosco, fomos nós que fomos ao seu encontro como sempre deve acontecer. O lance do golo é disso um exemplo: numa bola aparentemente perdida, Luisão acredita e faz-se a ela, perturbando claramente a acção de Ricardo e com isso faz o golo que nos dá os três pontos.
Não foi um jogo de grandes primores técnicos, foi acima de tudo um jogo competitivo em que a emoção prevaleceu, face à incerteza do resultado, onde os dois conjuntos se equivaleram em jogo jogado (com um ligeiro ascendente dos encarnados), as oportunidades se repartiram (embora neste particular o Benfica tivesse as melhores chances de golo) e, como muitas vezes acontece, a decisão do encontro acabou por verificar-se através de um lance de bola parada. Estivemos uns furos acima daquilo que fizemos nos últimos encontros. Em termos defensivos estivemos quase irreprensíveis, a transição defesa-ataque fez-se com maior segurança circulando a bola com mais eficácia, o jogo pelas laterais foi melhor conseguido falhando contudo nos cruzamentos e na finalização que continua a ser a nossa grande pecha. Em termos individuais permito-me dizer que todos os jogadores estiveram em bom plano. Contudo, destaco as exibições de Geovanni que partiu muita pedra no lado direito do ataque; Nuno Assis que reapareceu ao seu melhor nível tendo sido um dos melhores na circulação da bola (fez ainda uma passe de morte para Simão que este não soube aproveitar); Manuel Fernandes que cada vez se parece mais com Makelele, na forma como ocupa os espaços e recupera a posse de bola; Petit pela sua cultura táctica e pelo arreguenho com que se entregou ao jogo; Luisão não só pela obtenção do golo mas porque demonstra ser daqueles jogadores que mais sente a camisola e vibra com o jogo, não se furtando a assumir a liderança da equipa, quando esta necessita (que falta nos vai fazer na próxima época); Quim que se mostrou intransponível ao longo de toda a partida com um punhado de boas defesas.
Agora falta-nos a última jornada onde não podemos perder sob pena de vermos a Superliga cair nas mãos do F.C.Porto, o que seria uma desilusão do tamanho do mundo, ainda para mais, quando pensamos no que se passou na Luz, aquando da recepção aos azuis-e-brancos, naquele golo que nos foi invalidado inadvertidamente e que nos impossibilita já hoje de estarmos a festejar o título. Só de antever essa possibilidade fico à beira dum ataque de nervos.
Em resumo: a conquista da Superliga está à distância de um empate o que à partida não parece nada de transcendente. Puro engano. É imperativo não entrarmos em euforias, conforme disse Trapattoni. Os resultados que o Benfica habitualmente tem alcançado no Bessa, permite-nos dizer que vais ser um encontro de resultado imprevisível, mesmo tendo em conta a fase menos boa que o Boavista atravessa, com o consequente afastamento dum lugar na Taça UEFA, mas que seguramente contra o Benfica, os seus jogadores vão querer dar uma outra imagem de si mais condizente com o seu potencial. Ademais, a possibilidade de poderem retirar o título aos encarnados funcionará como um factor motivacional acrescido isto já para não falar dos habituais incentivos (pecuniários) que seguramente virão da parte do seu clube vizinho.

sexta-feira, maio 13, 2005

Benfica afastado sem glória.

O basquetebol encarnado terminou a época, despedindo-se da Liga, logo na primeira ronda do play-off, com um concludente desaire de 3-0 frente à Oliveirense. Como já havia referido em post anterior, foi uma época para esquecer que deve merecer por parte dos dirigentes encarnados, uma reflexão cuidada, para que no futuro não se cometam os erros deste ano. Os pergaminhos do clube na modalidade assim o exigem.

O cantinho da música.

Bruce Springsteen sem a E Street Band traz-nos um novo álbum "Devils & Dust" ,bem inspirado, com doze temas intimistas, onde a sua guitarra acústica se faz realçar de forma brilhante. Nele encontramos uma combinação de folk, rock e um pouco de country. É um disco para todas as estações que resistirá ao passar dos anos e ao qual recorreremos sempre com enorme prazer. Springsteen o contador de histórias, está de volta.

quinta-feira, maio 12, 2005

O derby de sábado.

Como eu gostaria que fosse o derby de sábado à noite:
- um espectáculo deslumbrante de futebol, onde as duas equipas se equivalessem em atitude, empenho e fair-play;
- o público a contribuir para o espectáculo, apoiando as suas equipas de forma entusiástica, sem fanatismos ou violência gratuita;
- um jogo disciplinarmente correcto, sem expulsões, sem jogadas baixas (ex: simulações de faltas ou lesões; entradas violentas e maldosas...) e no qual a arbitragem faça o seu papel: arbitrando com discrição sem sede de protagonismo; não cometendo erros grosseiros que tenham influência decisiva no resultado final;
- que os jogadores do meu clube façam deste jogo, o jogo das suas vidas, entrando em campo com ambição de ganhar, respeitando o adversário, mas não o sobrevalorizando em demasia, acreditando que o triunfo é possível se à vontade de vencer aliarem uma grande capacidade de sofrimento, de entrega e de superação;
- que no final do jogo, o País estivesse vestido de vermelho com todos os benfiquistas a saírem à rua, celebrando a vitória no campeonato pela noite dentro: novos e velhos, homens e mulheres, nos mais variados recantos do País e do Mundo vibrando com essa conquista inesquecível; seria, sem qualquer sombra de dúvida, a confimação da força benfiquista.

terça-feira, maio 10, 2005

Chelsea ganha em Old Traford.

José Mourinho e seus pupilos continuam a fazer miséria aos seus adversários. Desta vez, quem levou que contar, foi o Manchester United, que no seu próprio terreno, não conseguiu resistir ao futebol irresistível e pragmático do Chelsea. Num jogo a feijões, onde já nada havia para decidir, os dois conjuntos deram uma lição de profissionalismo pela entrega e empenho com que se deram à contenda. De assinalar o assombroso golo de Tiago que deverá figurar na lista dos melhores golos da época, na Premiership. No fim-de-semana teremos mais um aliciante: o de saber, se o Chelsea, na história da Premiership, consegue ser a equipa que menos golos sofre e a equipa com o maior número de pontos conquistados. Para primeiro ano em terras de Sua Majestade convenhamos que José Mourinho soube pintar a manta.

As contas da Superliga.

Após levar de vencida o V.Guimarães, o Sporting deu um passo de gigante na direcção do título. Claro está, que ainda tem de ir à Luz, mas aí basta-lhe o empate o que é meio caminho andado para a vitória. Sabendo-se das dificuldades que o Benfica tem em jogar em ataque continuado e, ainda por cima, com a pressão acrescida de ter imperiosamente de ganhar, basta ao leão tomar cautelas defensivas, apostar no contra-ataque e esperar um erro defensivo do seu adversário para "matar" o jogo. É verdade que Liedson pode ser uma baixa importante, até pelo efeito psicológico que exerce sobre os adversários, mas o Sporting tem a vantagem de ter um plantel com soluções para substituir qualquer jogador, inclusivé o próprio Liedson.
O Benfica obviamente que tem uma palavra a dizer: depende exclusivamente de si próprio para conquistar o campeonato e joga em sua casa num estádio que estará repleto de apoiantes. Além disso os seus jogadores terão a derradeira oportunidade de demonstrar à tribo do futebol que afinal estão equivocados, quando de forma pouco abonatória, se referem ao valor da equipa. Enquanto benfiquista, confesso que tenho muito poucas expectativas quanto ao êxito do meu clube (isto para não dizer nenhumas). Em face do que tenho visto ao longo da época, só um Benfica em noite transcendente poderá levar de vencida um Sporting altamente motivado, personalizado e com carradas de bom futebol.
O F.C.Porto após o empate em Moreira de Cónegos, hipotecou, quanto a mim, de forma definitiva, as remotas possibilidades que ainda tinha de revalidar o título. Agora só um milagre o poderá salvar. Por ironia do destino, para os azuis-e-brancos, o melhor resultado a acontecer no derby lisboeta, seria a vitória benfiquista pois caso vencessem os dois derradeiros jogos e o Benfica perdesse no Bessa, seriam eles os campeões. Nunca pensei ver Pinto da Costa, Reinaldo Teles, Miguel Sousa Tavares, Francisco Viegas entre outros, a acenderem uma velinhas pelos encarnados. Imagino a dor que lhes vai na alma.

domingo, maio 08, 2005

Os dislates habituais do nosso presidente.

Luís Filipe Vieira insurge-se contra a arbitragem de Pedro Proença. O presidente benfiquista tenta com estas afirmações tapar o sol com a peneira. Só quem não viu o jogo pode dizer que foi por causa do árbitro que o Benfica perdeu o jogo. Acaso foi culpa do árbitro a paupérrima exibição encarnada consubstanciada:
- na inexistência de remates direccionados à baliza do adversário;
- na impossibilidade de com a bola jogável, os nossos jogadores entrarem na área do adversário;
- na manifesta incapacidade de em lances de bola parada criarem uma única situação de perigo;
- na manifesta incapacidade de construirem uma jogada bem delineada;
- na desatenção defensiva que originou o golo do Penafiel;
- etc...

O Benfica perdeu porque a Direcção, ao qual este senhor preside, não conseguiu criar as condições para se construir um plantel com qualidade suficiente para podermos ombrear com os nossos adversários. Se este senhor ainda não percebeu isso é porque anda completamente alheado da realidade e vive num mundo de ilusão. A verdade por muito que doa é só esta: enquanto a actual situação financeira se mantiver, o clube não poderá pensar em conquistar campeonatos e muito menos em ter uma prestação condigna nas competições europeias. Reconhecendo-lhe o mérito de ter tirado o Benfica do pântano em que estava atolado, não lhe vejo condições para levar de novo o Benfica a trilhar o caminho do êxito. Com o clube em quase falência técnica e sem perspectivas de lá sair, só um mecenas como Abramovich é que poderia resolver a situação (as SAD's como já pudemos constatar não resolvem coisíssima nenhuma: basta olharmos para o que se passa no FCP e SCP para chegarmos fácilmente a esta conclusão). Mas como não se perfila nenhum no horizonte, estamos desgraçados.

Mais um ano em jejum.

O sonho dos encarnados de chegarem ao título terminou esta noite em Penafiel. Nada que não fosse já esperado tendo em conta o que aconteceu nos últimos jogos. Se não tivesse sido hoje seria na jornada seguinte. Por muito que nos custe temos de ser realistas e perceber que a nossa equipa não tem qualidade futebolística para ser campeã. Seria um crime lesa futebol se tal acontecesse. Só um campeonato completamente atípico como o desta época, nos permitiu chegar à entrada da antepenúltima jornada no 1ºlugar. Em condições normais o Benfica já há muito estaria arredado desta disputa. Vamos acabar o campeonato no 3º ou 4ºlugar, lugares mais condizentes com o valor demonstrado. Há 11 anos que nos vamos habituando a estas classificações e dada a situação financeira do clube - 65 milhões de contos de passivo - dificilmente nos anos mais próximos poderemos ambicionar a grandes conquistas. Os títulos só se alcançam com bons jogadores. Estes não estão ao nosso alcance por falta de capacidade financeira e ainda por cima, os poucos que temos, somos obrigados a vendê-los para fazer face aos custos do plantel. Resta-nos por isso, apostar na formação e tentar daí colher frutos e com o pouco dinheiro que dispomos, contratar jogadores de forma criteriosa algo que não se faz há "séculos".
Ultimamente tem-me assaltado um pensamento arrepiante: se tiver de esperar 50 anos como aconteceu com o Chelsea não volto a ver o meu Benfica campeão. Quem é que consegue viver com uma visão destas?

sábado, maio 07, 2005

Notícia triste.

Acabo de ler a notícia da morte de Jorge Perestrelo, consagrado relator desportivo da TSF, vítima de enfarte miocárdio. Ainda ontem o ouvíamos a relatar o Az Alkmaar-Sporting e hoje somos confrontados com a sua partida. O seu estilo inconfundível, a vivacidade e humor que emprestava aos seus relatos vão deixar saudades no futebol português. São momentos como estes que nos deixam tristes e que nos fazem perceber a precaridade das nossas vidas. Como lia outro dia num blog do qual não me recordo o nome, a vida é um contrato a termo certo que nenhum de nós sabe quando expira. Deus chamou-o. Paz à sua alma.

O Basquetebol no Benfica.

Para além do futebol gosto de acompanhar o que o meu clube vai fazendo nas outras modalidades. Esta época tivemos a agradável surpresa do Voleibol que fez vibrar toda a família benfiquista com a conquista da dobradinha: Taça e Campeonato. Nas outras modalidades, com excepção do futsal, dificilmente poderemos aspirar ao mesmo. De entre todas elas, há uma que me tem deixado bastante desiludido: o Basquetebol. O Basquetebol é a modalidade que a seguir ao Futebol me desperta maior atenção e isto tem a ver com o facto de ter estado a ela ligado durante largos anos, tendo sido inclusivé, campeão nacional (não, não foi com a camisola encarnada; aliás devo dizer que sempre que joguei contra o Benfica ganhei). Com o naipe de jogadores que tem à sua disposição, Norberto Alves, tinha e tem, obrigação de fazer bem melhor do que tem feito até aqui. Na Taça da Liga e na Taça de Portugal deixámos uma péssima imagem tendo sido eliminados em ambas as competições logo nos quartos-de-final o que não se admite numa equipa que tem dos maiores orçamentos da Liga. A gestão da equipa merece as maiores críticas: para além de um base que organize o jogo convenientemente ( António Tavares é muito pouco lúcido nas suas acções) salta à vista a falta de um jogador para a posição 3 (não se percebe, por exemplo, a troca de Jarred Stephens por Albert Burditt: o primeiro tem sido fundamental no CAB e tem a particularidade de ser um jogador que pode jogar dentro e fora, algo que não acontece com Burditt que apenas joga dentro e fá-lo de forma deficiente); Rui Mota em claro sub-rendimento face ao que demonstrou na época transacta no F.C.Porto onde foi um dos pilares fundamentais na conquista do título; no capítulo do jogo exterior, a equipa é um completo desastre com percentagens baixíssimas, lançamentos mal seleccionados e, em muitos casos, claramente a destempo; no ataque organizado os jogadores movimentam-se pouco e mal (falta de trabalho?); na defesa alternam momentos de grande agressividade com momentos de grande permissividade especialmente na defesa aos bases adversários; a estrutura psicológica da equipa é débil o que se comprova na dificuldade com que reagem às adversidades do jogo... Começámos da pior maneira o Play-Off com uma derrota em casa frente à Oliveirense o que não augura nada de bom. Com todo este cadastro, na minha modesta opinião, este treinador há muito que deveria ter sido demitido. Enfim, uma modalidade com tantos pergaminhos no nosso clube e que tarda em voltar aos êxitos dum passado bem recente.

quinta-feira, maio 05, 2005

Um Sporting afortunado chega à final.

A esta hora temos os sportinguistas eufóricos festejando a passagem do seu clube à final da Taça UEFA. Foi um jogo épico, não tanto pela qualidade do futebol praticado mas sobretudo pela extrema emoção com que foi vivido, bem expressa no facto de a eliminatória só se ter resolvido no último minuto do prolongamento. Esta "vitória" ficará para sempre gravada na memória dos sportinguistas, não apenas pela relevância do feito (não é todos os dias que se chega à final de uma competição europeia e a prova disso é que o Sporting volta a macar presença 41 anos depois) mas fundamentalmente pela forma como foi conseguido. Relembremos as principais incidências da partida: péssima entrada em jogo dos leões que sofrem o 1ºgolo logo nos primeiros minutos; obtenção da igualdade já no período dos descontos da 1ªparte o que do ponto de vista psicológico é sempre altamente motivador; já a perder por 2-1 viveu momentos de grande sofrimento no final da 2ªparte com o Az Alkmaar a falhar duas claras oportunidades de golo; finalmente, praticamente no último lance do jogo, quando tudo parecia perdido veio o golo salvador que pôs o Sporting na final. Costuma-se dizer que não há campeões sem sorte. Os leões provaram-no esta noite. É justo dizer-se que o Sporting a procurou, não esperou que ela lhe caísse do céu. Os seus jogadores nunca se deram por vencidos, lutaram abnegadamente e, por isso mesmo, conseguiram o jackpot. Sem hipocrisias, devo dizer que como desportista não posso deixar de parabenizar os sportinguistas pelo êxito alcançado mas como benfiquista, esta proeza leonina deixa-me roído de inveja e com a moral em baixo porque estou cansado de ver os nossos principais rivais - F.C.Porto e Sporting - festejarem títulos que nós tanto porfiamos e não conseguimos alcançar. Para um benfiquista que vive o seu clube de forma intensa, como eu infelizmente vivo, cada sucesso alheio é sentido como mais um prego no seu caixão.

Aguenta coração.

A dois dias do jogo em Penafiel, os meus níveis de ansiedade atingem valores preocupantes. Temo pela minha sanidade mental se o resultado não for de encontro aos meus desejos. Malfadado campeonato que nunca mais termina para que todo este sofrimento acabe. É no que dá, ao fim de 11 anos, estarmos tão perto do tão almejado objectivo. Obviamente que isto só pode ter consequências nefastas no bem estar, físico e psicológico, de um fervoroso adepto encarnado.

Sporting a caminho da final.

O Sporting joga hoje a possibildade de estar presente na final da Taça UEFA. Se tivermos em conta que os leões são claramente superiores aos holandeses do Az Alkmaar, só uma noite desinspirada dos verde-brancos impedirá que tal seja um facto.

terça-feira, maio 03, 2005

Uma análise inteligente.

E agora, um e-mail de um tal Sérgio L.Bordalo, dirigido a Pedro Mexia do Fora do mundo que dada a relevância do seu comentário, merece ser divulgado:
"Vem este email a propósito do teu post “O nosso lado”. E claro que não vou dizer que não és realmente do Benfica, só porque o criticaste. Era só o que mais faltava não se poder criticar aquilo que gostamos e felizmente o tempo dos capangas do Sr. Lucky Me, que controlavam as AGs do clube, já lá vai. Por outro lado, eu também sou um pouco como tu, ou seja, gosto de ganhar. mas não a todo o custo. Eis porque nunca gostei do Mourinho (embora reconheça naturalmente que ele é o melhor treinador do mundo) e muito menos do clube regional-alimentar (o tal das frutas, cafés com leite e rebuçadinhos)

Todavia, o que eu gostaria de te chamar a atenção é para o facto de o nosso clube não ter sido favorecido pelos árbitros, como referes no teu post. Quanto muito não tem sido é prejudicado. Vejamos o jogo com o Belenenses: o que é indiscutível é o penalty sobre o Nuno Gomes na 1ª parte (o puxão do Neca). Quanto ao lance do penalty que foi assinalado, o remate é, de facto, muito perto e o árbitro poderia não o ter marcado, mas o jogador não pode ter os braços levantados na grande-área, senão corre o risco de a bola lhe bater “inadvertidamente” na mão (imagina o tamanho das barreiras com os braços levantados). É um lance totalmente diferente de a bola ir ao braço estando este ao lado do corpo, porque aí o jogador não pode mesmo cortar o braço. Mas, sim, admitamos que não foi penalty (também acho que não foi, apesar de ser um lance duvidoso). Teremos sido “escandalosamente” beneficiados por isso? Tendo havido um penalty claro na 1ª parte (que, a ser convertido, poderia ter-nos dado uma vitória mais calma e segura, já que o Belenenses limitou-se a colocar um autocarro à frente da baliza até sofrer o golo), penso que não, um compensou o outro (eu bem sei que as coisas não deveriam funcionar assim, mas acho que é preferível “escrever direito por linhas tortas” do que “escrever torto”). Quanto ao lance entre o Lourenço e o Ricardo Rocha, só se consegue ver que há um ligeiro toque à 4ª(!) repetição. Era humanamente possível ao árbitro e ao fiscal-de-linha terem-se apercebido de algo, até porque o remate é efectuado. Compara só este jogo com o fcp-Marítimo em que o McCarthy está em evidente fora-de-jogo na altura do golo, o penalty não existe e há pelo menos dois foras-de-jogo inexistente assinalados aos jogadores do Marítimo em que estes ficariam isolados. Só se safou o golo anulado, porque, ao contrário do que se diz por aí, os jogadores do fcp estavam muito perto da trajectória da bola rematada pelo Diego, o que influenciou a estirada do guarda-redes. E no jogo do Sporting em Braga, nomeadamente o lance em que a camisola do Wender é puxada (ainda com 0-0) que é, no mínimo, duvidoso (por acaso, eu acho que não é penalty).

Se quiseres, podemos recuar até ao jogo do Estoril em que o que se criticou foi o timing da 1ª expulsão (estavam “só” decorridos 25 min. de jogo) e não a sua justeza. E quantos jogadores foram igualmente expulsos por palavras ao árbitro? E o tipo que pontapeia o Mantorras por trás, não deveria ter sido expulso? E o golo invalidado ao Beira-Mar em Alvalade com 0-0? E a mão do Jorge Costa na área frente ao Gil Vicente com 1-0 para o fcp?

Não alinhes na teoria do “levados ao colo” até porque não tem razão nenhuma de ser. Sou adepto de futebol há bastante tempo e a diferença este ano é que, por causa do “apito dourado”, o clube do costume não tem sido escandalosamente beneficiado como em anos anteriores. Ou achas que é “coincidência” que a pior época do fcp em 20 anos tenha sido precisamente esta? Sinceramente, acho que este ano, pela 1ª vez em muito tempo, os benefícios e prejuízos equivalem-se (e digo isto agora, sem a certeza de sermos campeões) para os 3 grandes. Está tudo muito preocupado com o facto de podermos ser campeões ao fim de 11 anos! Quer dizer, aturámos nós 20 anos de “géneros alimentares”, quinhentinhos, viagens ao Brasil, lixívia no balneário, etc., etc., etc. e agora está tudo em pulgas porque houve um ou outro lance duvidoso que foi julgado a nosso favor? Gimme a break!" (Sérgio L. Bordalo).

Chelsea fora da Liga dos Campeões.

Desta vez, a sorte que costuma acompanhar José Mourinho (vide o jogo com o Manchester United no ano passado) resolveu voltar-lhe as costas. Foi uma eliminatória onde em nenhum momento o Liverpool foi superior ao Chelsea, mas que um golo polémico (não dá para ver se a bola entrou na baliza) marcado logo no início do encontro, foi o suficiente para ditar o afastamento do Chelsea da final da Liga dos Campeões. Para o treinador português, foi o fim de uma invencibilidade de dois anos e meio nas competições europeias. Não deixa contudo, de estar de parabéns, em virtude das conquistas na Taça da Liga e na Premiership.

O azar continua a perseguir-nos.

A ecografia que Nuno Gomes realizou esta manhã veio confirmar as piores expectativas: o jogador padece de uma lesão muscular que o vai impedir de estar em Penafiel e certamente também o fará ficar de fora no jogo com o Sporting. Numa altura decisiva do campeonato e para quem tem tão poucas opções no ataque, esta é sem dúvida uma péssima notícia, especialmente para nós adeptos, que vemos assim tudo ficar mais difícil. Em boa verdade, ao longo dos últimos anos, não temos tido uma pontinha de sorte. Já chega de tanto azar. Têm sido contrariedades atrás de contrariedades!

segunda-feira, maio 02, 2005

As contas da Superliga para o Benfica.

As vitórias de Sporting e F.C.Porto neste fim-de-semana, tornam indispensável, que o Benfica ganhe na sua deslocação a Penafiel, sob pena de o campeonato ficar irremediavelmente perdido. Um outro resultado que não seja a vitória obrigaria a que os encarnados ganhassem os jogos seguintes contra Sporting e Boavista. Ora por muita boa vontade e abnegação dos nossos jogadores, não me parece que essa hipótese seja viável. Se nos jogos com os pequenos a dificuldade em ganhar é a que nós conhecemos quanto mais a jogar contra os grandes. Concluo repetindo o que já disse atrás: se o Benfica quiser chegar ao título tem de ganhar em Penafiel custe o que custar; uma derrota nesse jogo determina o fim do sonho; um empate deixa-nos com o credo na boca.

domingo, maio 01, 2005

Sporting passeia em Braga.

Em Braga, o Sporting demonstrou inequívocamente que é a equipa em Portugal que melhor joga futebol e provou o porquê de estar a lutar por um lugar na final da Taça UEFA. Teremos de ser justos e reconhecer que o Sporting merece conquistar a Superliga. Esta noite, mesmo sem uma série de titulares, manietou por completo um Sp.Braga que vinha sendo apontado como a revelação da prova e que hoje face ao poderio dos leões soçobrou completamente e disse adeus ao sonho do título. Não podendo contar com Sá Pinto, Polga e Rui Jorge, José Peseiro arriscou bastante ao deixar no banco Liedson, Rochenback, Pedro Barbosa e Douala mas o certo é que estas ausências não se fizeram notar. A aposta revelou-se certeira pois os colegas que os substituiram, jogaram com grande personalidade, sem tremideiras, demonstrando claramente ao seu treinador que pode contar com eles sempre que necessário, sem que a equipa revele com isso, sensíveis quebras de rendimento. Aqui se vê a diferença entre o plantel leonino e o encarnado. Em nenhuma circunstância o Benfica se poderia dar ao luxo de deixar no banco jogadores tão influentes. Se tal acontecesse seria o descalabro na nossa equipa. Qualquer benfiquista consciente reconhece esta evidência. A nossa esperança é que nem sempre a melhor equipa vence o campeonato. Tenhamos pois fé nesta pequena particularidade.

A educação em debate.

Sempre que se revelam novas conclusões do PISA, um programa internacional que estuda as competências de estudantes de 15 anos em três áreas(Língua, Ciência e Matemática), surgem inevitavelmente artigos de opinião, zurzindo na educação que o nosso País vai tendo. Hoje no "Expresso" temos dois destacados comentadores a dissertar sobre o assunto: João Pereira Coutinho e Henrique Monteiro.
JPC no seu estilo truculento diz-nos:" Por favor, não se alarmem, as nossas crianças contnuam a afocinhar na Matemática. Um terço dos alunos dá provas de manifesta ignorância na matéria, de acordo com uma avaliação qualquer de competências, conhecida pelo suculento nome de PISA. E que nos diz o PISA? Diz-nos que em 41 países, Portugal é o carro-vassoura. Ou quase. Isto exge naturalmente medidas - e o Governo, que alguns asseguram que existe, confirmou esta semana que tenciona lançar mão de algumas. Exemplos? Para começar, formação de professores. Segundo o Ministério da Educação, os professores têm fracas expectativas em relação aos alunos; os professores resistem à mudança; os professores faltam com regularidade; e, supremo ultraje, os professores dão aulas não monitorizadas. São, por assim dizer, uma seita sem controlo que anda por aí à solta. Além disso, é preciso gastar mais em educação e, sobretudo, ocupar os alunos durante os furos das aulas (os irmãos Cardinalli têm aqui uma palavra a dizer). Estranhamente, em toda esta conversa, ninguém referiu a evidência: o PISA refere-se aos alunos, não aos professores. E, se não me engano, os senhores do PISA vieram dizer que são os alunos, não os professores, que não sabem fazer contas. Ou, por outras palavras: são os alunos, e não os professores, que não trabalham, não estudam, não se interessam e, consequentemente, envergonham o País na "pisaria" internacional. Um ridículo pormenor que, naturalmente, não parece esfriar o calor reformista. O ideal, aliás, seria dispensar os alunos de qualquer medida educativa e enviar a malta para umas férias permanentes. Imaginem: salas vazias, professores enjaulados, crianças felizes e saltitantes. No espaço de uma geração, o PISA seria nosso e o insucesso escolar comida requentada".
Por sua vez, Henrique Monteiro aproveitando os resultados do dito Programa escreve: "Os resultados para Portugal são desastrosos. Entre 2000 (em que a situação era péssima) e 2003 (data do último estudo) ainda conseguimos piorar na Matemática e Ciência. Estes resultados nada têm a ver com falta de investimento na Educação (Portugal é um dos países que proporcionalmente mais investem), com o excesso de alunos por turma (em Portugal a média é de 15 (?), ao passo que na Finlândia e na Coreia, que lideram as tabelas, é de, respectivamente, 17 e 30), ou com baixos salários a professores (nem neste ponto somos particularmente diferentes dos outros). Onde Portugal falha, e falha redondamente, é no facto de o sistema ser pouco exigente (apesar de, por vezes, muito trabalhoso). É pois, por isso mesmo, importante que o primeiro-ministro tenha clocado a tónica na avaliação e na exigência, ao passo que a ministra apresentou vias para uma melhor formação dos professores. No entanto, continuando a política dos pequenos passos, haveria três medidas concretas de que o sistema educativo poderia beneficiar extraordinariamente. A primeira dessas medidas seria a nomeação, por concurso, de directores de escola (ao invés do esquema de eleição). Esta medida simples poderia contribuir para uma maior exigência, controlo e avaliação de cada profeesor na escola. A segunda medida, também simples, seria permitir que fossem as escolas a escolher o seu corpo docente. É o que se passa na Finlândia, onde quase todo o ensno é público e os resultados excelentes. Isto permitiria uma enorme estabilidade do corpo docente, criando um espírito próprio da escola, e acabando com a ideia esdrúxula de um Ministério em Lisboa colocar professores em Castro Marim ou Carrazeda de Ansiães. A terceira medida é ainda mais simples: submeter a exame os candidatos a professores, como requisito de habilitação para dar aulas. Isto impede que haja professores de Português que dão erros de palmatória ou professores de Matemática que não sabem o que é um integral (e acreditem que existem exemlares destes). São medidas práticas e modestas. Mas que resultariam numa enorme mudança".

Temos pois, duas visões diferentes do problema: um que aponta o dedo fundamentalmente aos alunos e outro que faz do professor o bode expiatório. Interessante.

Benfica sofre mas ganha.

O jogo de hoje frente ao Belenenses trouxe-nos aquilo a que nós benfiquistas estamos semanalmente habituados: 90 minutos de grande sofrimento. Façamos votos que todo este sofrimento não seja em vão e no final sejamos devidamente compensados com o título nacional. Se tal não suceder, a mágoa vai ser incomensurável e os apaniguados benfiquistas dificilmente recuperarão de tal desilusão. Ao fim de 10 anos temos uma possibilidade única que não pode ser enjeitada. As jornadas que faltam vão ser vividas com grande ansiedade por todos nós benfiquistas, até porque, a confiança nas capacidades da equipa não nos permite encarar os jogos que aí vêm com grande ânimo.
O Benfica entrou na partida praticando um futebol escorreito ao qual o Belenenses teve, nos primeiros 20 minutos, dificuldade em responder. A pressão exercida pelos nossos jogadores era de tal ordem que os azuis não conseguiam sair a jogar. Luisão teve nesse período, uma flagrante oportunidade de golo que por infelicidade e mérito de Sousa não foi concretizada. Sucederam-se ainda na 1ªparte algumas boas defesas de Marco Aurélio e um penalty não marcado sobre Nuno Gomes. A 2ªparte começou com um violento remate de Petit que só não entrou porque a barra da baliza de Marco Aurélio o impediu. Tivemos depois um falhanço clamoroso de Nuno Gomes com a baliza escancarada. Aos 67' uma mão involuntária de Amaral e mal sancionada pelo árbitro deu-nos o penalty que Simão converteu. Após o golo, o Belenenses cresceu e esteve inclusivé perto de chegar à igualdade, graças a um deslize de Quim que Lourenço não soube aproveitar. Os últimos minutos foram passados com a habitual tremideira encarnada, incapazes de controlar o jogo e dando a iniciativa ao adversário. Valeram os 3 pontos que nos mantém na liderança e nos permite continuar a sonhar.