sábado, agosto 20, 2005

Muita luta, pouco futebol

O Benfica iniciou a sua prestação nesta Liga ao nível daquilo que nos tem habituado neste princípio de época. Apesar da entrega dos seus jogadores, a qualidade do seu futebol é demasiado modesta para que possam pensar em ganhar jogos. O empate de hoje foi justíssimo, reflecte aquilo que se passou em campo, sendo que o equilíbrio entre as equipas foi o aspecto dominante. É certo que a única oportunidade flagrante de golo pertenceu aos encarnados mas Karyaka não a soube aproveitar. De resto o futebol encarnado limitou-se ao marasmo habitual: completa inadaptação ao 4-3-3 (para que este esquema funcione é necessário uma grande mobilidade atacante algo que está longe de verificar-se); transição defesa-ataque feita de forma muito lenta e muito previsível; laterais pouco ofensivos; jogadores do meio-campo sem capacidade de transportar jogo para o ataque por força da sua deficiente técnica individual ofensiva (especialmente ao nível do passe e do drible); Simão e Geovanni demasiadamente amarrados às alas o que retira imprevisibilidade ao seu futebol e facilita a marcação dos adversários; tarefa inglória para o ponta-de-lança pois joga bastante desapoiado, rodeado de adversários e com os colegas demasiado afastados; futebol muito lateralizado, com pouca profundidade e onde as desmarcações de ruptura, essenciais para a criação de desiquilíbrios, não se fazem.
Soluções para atacar estes problemas? A solução é só uma e por demais conhecida: injectar qualidade no plantel encarnado. Como tudo indica que tal não vai acontecer resta-nos continuar a assistir a espectáculos como o de ontem à noite. Os únicos que ainda acreditam que o milagre do ano passado se voltará a repetir com exibições deste quilate, só mesmo os nossos queridos dirigentes JV e LFV. Não é o nosso presidente que diz que temos equipa para sermos campeões europeus?